O livro do jornalista francês Pierre Pean a ser publicado revela os modus vivendi da política externa francesa e levanta o véu sobre as relações de alguns dirigentes politicos africanos e alguns actores obscuros da diplomacia francesa.
Pean revela por exemplo que o presidente angolano José Eduardo dos Santos pagou 50 milhões de dólares a um intermidiário francês afecto ao Palácio do Eliseu que o prometeu usar a sua influencia junto da justiça para obter a libertação de Pierre Falcone, o homem de negócios condenado a prisao pelo seu envolvimento na venda de armas da Rússia à Angola.
Além desta retumbante revelação o livro espelha também a corrupta relação entre os chefes de Estados africanos no pagamento de favores aos dirigentes e políticos franceses.
Recentemente em França um antigo conselheiro da presidencia Robert Bourgi, revelou que em 10 anos, entregou ao então presidente Jacques Chirac e o seu director de gabinete, Dominique de Villepin, 20 milhões de dólares. Os fundos foram transportados em maletas e eram dádivas dos presidentes Omar Bongo do Gabão, Abdulai Wade do Senegal, Laurent Gbgbo da Costa do Marfim, Blaise Campaoré do Burkina Faso e Deni Sassou Ngueso do Congo.
Analistas políticos franceses afirmam que as revelações de Bourgi têm por finalidade atenuar o efeito devastador do livro de Pierre Pean que evoca a continuidade desta prática durante a presidencia de Nicolas Sarkozy que à oito meses da renovação do seu mandato terá perdido a sua base de apoio popular.
Ouça o segmento sonoro desta página onde o jornalista Daniel Ribeiro entrevistado a partir de Paris analisa as causas e os efeitos dessas revelações.