Pouco mais de um ano depois de ter perdido o marido, vítima da acção policial a 29 de Dezembro de 2009, a viúva Ivone Jambela vai ver o caso a ser julgado em tribunal.
O início do julgamento está marcado para 28 de Outubro do corrente ano.
Martinho Ulombe conheceu a morte quando exercia a actividade de mototaxista na sequência de um desentendimento com elementos afectos à Polícia da Ordem Pública.
Quando tudo parecia esquecido, afinal a associação de defesa dos direitos humanos Mãos Livres tomou conta do caso e conseguiu levar o mesmo às barras do tribunal.
A viúva Ivone Jambela, mãe de sete filhos e desempregada, depois de muito tempo de espera, só pensa que seja feita justiça em prol do fardo que carrega:
“ Agora minha situação não tenho como criar as crianças não tenho possibilidades de assumir as crianças, deixou-me com sete filhos e as crianças não tinham cédulas, graças a Deus o senhor Jerry ajudou a fazer as cédulas das crianças e minha cédula e o meu bilhete. Não tenho como sustentar as crianças, não vendo, o meu negócio é acarretar água um balde é 10 kwanzas”.
E a associação Mãos Livres revela que depois de ter conseguido a data do julgamento o dilema está agora em custear as despesas dos advogados da de defesa, segundo o seu representante na Huíla, Jeremias Simão:
“ Na boa hora que os juízes nos concedem quase um mês completo para trabalharmos e vermos se dentro das instituições internas ou internacionais consigam nos apoiar para por pormos aqui os advogados…nós temos que criar as condições para virem cá e depois custearmos as despesas com os advogados”.
A associação Mãos Livres espera que do tribunal saia uma decisão que proteja a família atingida:
“ Deste acto acabou-se por deixar cerca de sete crianças órfãs se com o pai já viviam mal e sem o pai como é que estão a viver? O que nós queremos é que se encontre uma protecção dessas crianças até que atinjam a idade adulta e que proteja então a viúva no sentido de continuar a apurar os seus filhos, isso é que vamos exigir do tribunal”.
Martinho Ulombe conheceu a morte a 29 de Dezembro de 2009. Na altura se encontrava no Lubango o então primeiro-ministro angolano Paulo Kassoma que procedia à inauguração do estádio nacional da Tundavala que viria a acolher uma das fases finais do campeonato africano de futebol organizado por Angola.