A província angolana da Huíla poderá registar nos próximos dias novas demolições de casas.
A medida vai abranger parte do bairro Dr. António Agostinho e surge da necessidade de abertura da Avenida Salvador Correia no âmbito da requalificação da cidade, dizem as autoridades do Lubango.
Os moradores foram notificados a 29 de Junho passado para abandonarem a área no espaço de trinta dias e muitos estão inconformados com a decisão.
Para eles uma decisão de tamanha envergadura carece de ponderação porque está em jogo a movimentação de várias famílias, conforme fez saber Paulo Afonso um dos residentes.
“Se alguém comprou este bairro - visto que já foi sinalizado todo o bairro - então que alguém se pronuncie, se eles venderam o bairro, que nos dêem mais tempo para retirarmo-nos do local não é assim dessa maneira," disse.
As autoridades garantem que os moradores a desalojar vão receber terrenos nas novas urbanizações. A Voz da América sabe que até ao momento nada foi feito neste sentido.
António do Nascimento outro morador diz que não é possível construir uma casa em trinta dias.
Para Nascimento os responsáveis pela acção, não tiraram lições dos erros cometidos nas demolições passadas.
“ A habitação é uma responsabilidade do estado juntamente com as entidades privadas," disse este morador para quem "é preciso que salvaguardemos os direitos humanos".
"Não façamos como se fez o ano passado. Nós esperávamos que com aquelas demolições do ano passado tivessem ganhado mais consciência em termos de respeito aos direitos humanos, vê-se que é uma clara evidência duma ditadura política e estamos indignados com isto,” acrescentou.
Autoridades prometem ajuda aos desalojados mas habitantes dizem que nao têm tempo para construir novas casas