Tudo se deve a feitiçaria e a disputas pessoais. Esta é a conclusão de uma comissão de inquérito parlamentar que investigou queixas de intolerância política no Huambo, apresentadas pela UNITA.
A Comissão de Inquérito concluiu não ter havido motivação política por detrás das mortes reportadas pelo partido da oposição falando de desacatos em lugar de intolerância política.
A feitiçaria e os diferendos familiares foram identificados pela CPI - Comissão Parlamentar de Inquérito, como alguns dos factores que estiveram por detrás dos tumultos ocorridos na província do Huambo.
O relatório com mais de 229 páginas, relata depoimentos durante intervenções de pessoas convocadas propositadamente, entre militantes da UNITA, membros das autoridades tradicionais, professores, responsáveis administrativos e sociedade civil.
Apesar dos referidos relatos, muitos dos quais testemunhando a ocorrência de violência nas respectivas circunscrições, a Comissão declarou não serem de motivação política.
“Confirmamos” lê-se na página 61 do volumoso documento a que tivemos acesso “que o senhor Enoque Tomás foi morto, por questões de feitiçaria e não políticas”.
O mesmo se escreve relativamente a uma vítima identificada como Luciano, ambas registadas no município do Katchiungo afirmando: “...Também se confirmou estar relacionado com feitiçaria”.
Um outro aspecto relevante do relatório tem a ver com a citação dos órgãos de justiça, a quem supostamente estes casos foram encaminhados por se tratar de crimes do fórum comum, segundo a CPI.
Um dos casos refere-se a Paulina Tchinossole, então presidente da LIMA no Ukuma, morta à pedrada no passado dia 3 de Agosto, quando vinha da sua lavra.
Apesar do Ministério Público ter remetido para o Tribunal o referido processo, com supostos autores identificados, este mereceu um despacho de abstenção, segundo documento que a Procuradoria no Huambo remeteu à CPI.
A CPI recomendou por isso mesmo uma série de tarefas e atribuiu a tarefa de acompanhamento da sua implementação, a determinadas Comissões de Especialidade da Assembleia Nacional.
Comissão parlamentar nega actos de intolerância política contra a UNITA, atribuindo actos de violência à feitiçaria e disputas pessoais.