Um navio com seiscentos contentores contendo madeira está retido no porto de Nacala, na província de Nampula, norte de Moçambique. A Polícia e as Alfandegas suspeitam que a Madeira estava a ser exportada para China sem pagar direitos aduaneiros, previstos na lei.
Neste momento decorre o processo de descarregamento dos contentores para reverificação dos dados suspeitos de terem sido viciados. Os donos da mercadoria ainda são desconhecidos.
Albano Naroromela, oficial das Alfândegas em Nampula, diz que ainda é cedo para falar de irregularidades no processo da exportação dos 600 contentores, porque a investigação ainda prossegue.
Segundo Naroromela, houve denúncia na base de suspeita de que a exportação da Madeira não seguiu os procedimentos legais.
Mas esta não é a primeira vez que as Alfandegas apreendem grandes quantidades de madeira em via de exportação ilegal, usando o porto de Nacala, em Nampula. Quase sempre o negócio envolve cidadãos chineses, generais militares na reserva e dirigentes políticos. Só que ninguém até agora foi detido e julgado em tribunal com sucesso.
A madeira com grande valor comercial é adquirida nas províncias da Zambézia e Sofala, na zona Centro do País, e Cabo Delgado, no extreme Norte, através de esquemas complicados e corruptos que envolvem líderes comunitários locais.
Na semana passada, um responsável provincial do sector de florestas foi suspenso na Zambézia na sequência de suspeitas do seu envolvimento na facilitação do corte desordenado de madeira. Mas o publico acredita que o negócio envolve grandes figuras de nível de ministros e generais na reserva.