A Secretária de Estado Americana, Hillary Clinton, no termo de conversações que manteve, em Washington, com o Ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, afirmou que aquelas duas potências partilham a opinião de que o líder líbio Moammar Kadhafi tem os dias contados.
Os EUA tinham posições diferentes quanto à Líbia, com a abstenção de Moscovo na votação da resolução da ONU autorizando a intervenção militar e criticando a dimensão dos ataques aéreos da Aliança Atlântica.
Durante a conferência de imprensa, no fim das conversações com Lavrov, a Secretária de Estado Clinton saudou a mediação russa na Líbia e referiu que Washington e Moscovo concordaram que a crise terá que terminar com Kadhafi abandonando o poder.
Disse Hilary Clinton: “Ainda estamos a receber sinais contraditórios por parte do coronel Kadhafi. Ele ainda não cumpriu as metas estabelecidas pela comunidade internacional para cessar os actos de violência contra o seu povo, bem como a retirada das suas forças e o abandono do poder pela sua parte. Por isso, muito embora nenhum de nós possa prever o exacto dia e a hora em que Kadhafi irá abandonar o poder, compreendemos e concordámos que os seus dias estão contados”.
O ministro Lavrov disse que o processo político entre Tripoli e os rebeldes sediados em Bengazi tem que começar o mais cedo possível para se obter um cessar-fogo e um acordo negociado, porque – na sua opinião – “não existe outra forma para resolver aquela questão”.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros defendeu a recusa do seu governo em apoiar uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, condenando o facto do governo sírio do presidente Assad estar a esmagar indiscriminadamente manifestantes pró-democracia.
Sergey Lavrov argumentou que não faz sentido aprovar condenações “sem quaisquer soluções, porque não leva a nada”. Por outro lado, Lavrov anunciou que a Rússia apoia o levantamento, por fases, das sanções contra o Irão, à medida que o governo de Teerão faça reduzir as preocupações internacionais sobre o seu programa nuclear. Hillary Clinton disse não apoiar esta ideia, mas adiantou que este tema seria debatido posteriormente ao nível de peritos dos EUA e da Rússia.