O recente engajamento político-diplomático francês para a busca de soluções à crise política na Líbia e na Costa do Marfim e que saldou em intervenções militares apoiadas pelas Nações Unidas, deu azo a uma série de análises entre elas a percepção de que a França terá forçado o recurso militar para reabilitar a imagem de um país em decadência.
O carácter voluntarista do intervencionismo militar francês abre brechas para a interpretação de uma geopolítica de realinhamento em relação a NATO quando se refere a intervenção na Líbia, e a salvaguarda da sua zona de influência política em África com o caso da Costa do Marfim.
A França foi o primeiro país a proceder os bombardeamentos na Líbia, ao passo que na Costa do Marfim foram os seus militares que deitaram abaixo as linhas de defesa do auto-proclamado presidente Laurent Gbagbo, facilitando o avanço das tropas leais a Alassane Ouattara que acabariam por prender Gbagbo e os seus comparsas.
Para analisar o engajamento político-militar francês nesses dois teatros de operações militares em África, entrevistei o Alfredo Valadão, Professor de Ciências Políticas na Universidade de Sorbone em Paris.
Oiça a analise do académico francês, na barra de som no inicio desta página...