Líbia: As virtudes de uma intervenção militar internacional

Líbia: As virtudes de uma intervenção militar internacional

Engajamentos da ONU em relação a Líbia arriscam-se de produzir efeitos inesperados

O sucesso diplomático que conduziu a adopção pelo Conselho de Segurança das Nações da resolução que impôs a exclusão aérea na Líbia, parece que vai ficar sem continuidade.

O carácter deste recurso tardio a força para travar as atrocidades das forças pro-Kadhafi contra a população civil, falhou em atingir o seu objectivo, que era de proteger o povo.

Até hoje ninguém está em vias de prever a reacção do Coronel Muammar Kadhafi de quem se esperava o cumprimento cabal da resolução 1973 das Nações Unidas. De momento os principais receios pesam sobre os efeitos colaterais e sobretudo os prejuízos na eventualidade de Kadhafi usar a população como escudo humano.

Ao evocar o dever e o direito de ingerência humanitária as Nações Unidas validaram um plano de intervenção militar cujo argumento poderia ser usado para justificar medidas semelhantes noutros países. Por exemplo na Costa do Marfim, onde existe uma guerra civil e onde igualmente a força das ONU é alvo de ataques deliberado de uma das partes em conflito.

É sobre esta perspectiva de análise que convidei o embaixador português António Monteiro para reagir a situação actual na Líbia e estabelecer análises comparativas com situações do presente na Costa do Marfim e do passado no Zimbabué, por exemplo.

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