UNITA assinala 45 anos com apelo ao progresso social

Comicio da UNITA

A província do Cuanza Sul acolheu, ontem, o acto político de massas em alusão aos 45 anos da fundação da Unita, sob o signo da paz, democracia e progresso social para os angolanos.

A província do Cuanza Sul acolheu o comício comemorativo dos 45 anos da fundação da UNITA, sob o signo da paz, democracia e progresso social para os angolanos.

Antecedeu ao acto uma declaração da Comissão Política Permanente, lida por Alcides Sakala, que fez uma enumeração histórica da trajectória percorrida pelo partido do Galo Negro até à proclamação da independência nacional.

Quanto ao estado actual da Nação, a declaração da Unita ressalta a vontade do partido como a segunda força política no país, para a manutenção da paz, democracia e irmandade, pressupostos indispensáveis para a convivência dos angolanos na diferença.

O Largo Comandante Kassanje na cidade do Sumbe registou os momentos que marcaram o comício popular ante a presença de militantes, simpatizantes, autoridades tradicionais, membros do governo e de partidos políticos sedeados em Cuanza Sul.

Na oportunidade, o presidente da Unita, Isaías Samakuva, apelou para a necessidade de se cultivar no seio dos angolanos o espírito da união, pois segundo o político, em Angola não há mais lugar para o retorno a guerra:

"Nós assumimos a nossa independência e que com esta independência os irmãos angolanos ou os angolanos começassem a construir um país, começassem a construir uma Nação em que todos se sentissem iguais", disse. E continuou:

"Entretanto e, infelizmente, isso não aconteceu. Começou logo após a independência ou um pouco antes da independência, começou uma guerra fratricida e os irmãos angolanos não se entenderam. Não se entenderam e isso levou 16 anos até que os irmãos angolanos tivessem ensaiado um entendimento que foi de pouca dura; foi sol de pouca dura e a guerra retornou". E prosseguiu:

"Retornou-se a guerra e continuou por mais alguns anos que foram outros 16 anos, porquê? Apenas porque nós defendíamos uma ideia e outros defendiam outra ideia e, eu quis ressaltar também aqui a presença de vários partidos políticos e sobretudo o partido MPLA que sustenta o governo neste momento porque apesar dos entendimentos, apesar dos acordos, apesar de um processo dito de reconciliação nacional, nós ainda hoje somos incapazes de dialogar, somos incapazes de nos sentarmos um ao lado do outro como irmãos angolanos. É ou não é verdade?"

E o presidente da Unita afirmou: «Estes dias eu tenho reflectido profundamente nesse aspecto e eu ressaltei esta presença porque estamos aqui juntos, embora com programas diferentes, embora com ideias diferentes, isto é que é salutar, é ou não é verdade?"

E as incidências continuam com a intervenção do presidente da Unita: "Nós temos as nossas ideias, eles têm as suas ideias. Mas ouvir as minhas ideias diferentes faz mal a alguém?"

O presidente da Unita continuou: "Eles ficam com as suas ideias ou vão dizer que aqui parece que os outros têm razão, não é assim? Então se nós também aparecermos no programa deles são mau? Bom os outros afinal até têm razão mas é isso que está a acontecer no nosso país?"

"Nós estamos agora a nove anos de paz e nas minhas reflexões dei conta que guerra em Angola jamais. Alguém aqui quer mais guerra no nosso país?"

Excertos das palavras do presidente da Unita, Isaías Samakuva, no acto político de massas realizado ontem na cidade do Sumbe por ocasião do 13 de Março - dia da fundação da Unita.