Líbia: Países do G8 debatem uma solução enquanto continuam os ataques aéreos

A Main Street building with an American flag painted on its side, Plano, Illinois. (K. Farabaugh/VOA)

Falta consenso entre os membros permanentes do Conselho de Segurança para o estabelecimento de zona de exclusão aérea

A Líbia está no centro de uma reunião dos ministros dos negócios estrangeiros do G8 a decorrer em Paris.

A Secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton participa nesta reunião antes da sua visita a dois países do Magreb.

Hoje as forças leais ao Coronel Kadhafi continuaram a sua progressão na região leste, isto enquanto há relatos de ataques aéreos em Ajdabiya e Zouara ao oeste do país.

A visita de Hillary Clinton ao Egipto e a Tunísia acontece numa altura em que as forças leais ao Coronel Kadhafi estão a fazer progressos no terreno. Segundo relatos recolhidos no local o exército de Kadahafi composto na sua maioria por supletivos de mercenários estrangeiros estaria as portas da cidade de Benghazi, o ultimo reduto ainda sob o controlo da oposição a leste do país.

Clinton que está igualmente em digressão pela Europa, tem previsto uma reunião com um dos representantes do Conselho Nacional de Transição Líbio - o CNT. A Secretária de Estado americana deverá avistar-se com Mahmoud Jibril encarregado dos assuntos internacionais do CNT, em representação da oposição líbia. A implicação dos Estados Unidos parece ser tardia mas mostra o engajamento de Washington em ir em socorro da oposição líbia.

Um outro país que tem-se mostrado solidário com os opositores de Kadhafi é o Reino Unido. Londres pediu hoje as potências ocidentais para analisarem por um lado, a possibilidade fornecer equipamentos militares aos rebeldes e por outro de empreenderem acções imediatas para travar as forças leais a Kadhafi.

No Sábado a Liga Árabe anunciou o seu apoio ao estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, há muito reclamada pela oposição. A mesma organização apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas a instituir uma tal zona, como forma de impedir os ataques aéreos do exército de Kadhafi e também para proteger a população civil. Entretanto a Rússia e a China, países membros permanentes do Conselho de Segurança mostraram-se pouco receptivas a uma tal proposta, ao mesmo tempo que a Índia e a Turquia já deram nota de sua oposição.

No terreno e particularmente nas zonas dominadas pela oposição e onde os rebeldes têm sofrido pesadas baixas nos últimos dias com a perda de importantes cidades, os olhares repousam-se no estrangeiro por onde devem chegar as ajudas, isto embora as reuniões da Aliança Atlântida e da União Europeia não tenham decidido por aplicação de medidas coercivas contra o regime do Coronel Muammar Kadhafi.

Na região oeste no país, os rebeldes ainda mantêm o controlo da cidade de Misrata a 150 quilómetros de Tripoli, onde entretanto, esta manhã houve relatos de disparos de armas automáticas., segundo testemunhos dos habitantes. Em Tripoli as forças governamentais reprimem toda e qualquer acção da oposição, através de detenções arbitrárias, desaparecimentos, e de torturas, relata a Human Rights Watch.

O Coronel Kadhafi prometeu hoje amnistia a todos os soldados rebeldes que regressarem as fileiras do exército nacional. O presidente líbio pediu igualmente as companhias petrolíferas estrangeiras para regressarem ao país e retomarem a exploração do petróleo, isto depois de ter assegurado o controlo da cidade portuária e petrolífera de Ras Lanouf.