Era o grande momento de euforia. Acabavam de chegar junto ao Ministério do Interior onde foram recebidos pelo secretário de Estado das Comunidades e alguns familiares. Ao todo são 21 guineenses, entre emigrantes e dois estudantes, que conseguiram fugir da Líbia, em consequência da crise político – militar vigente naquele país. Deixaram Tripoli no domingo à noite. Um repatriamento conseguido com mediação das autoridades gambianas, através de solicitação do governo guineense, que se viu impossibilitado de accionar qualquer operação, se bem que não disponha de representação diplomática na Líbia. Quem o diz é o secretário de Estado das Comunidades, Fernando Gomes Dias:
Segundo ainda as autoridades da Guiné-Bissau, por repatriar estão agora mais de 650 guineenses, que actualmente se encontram num campo de refugiados em Saaba, no território líbio. Para os fazer chegar ao país, continuam as diligências necessárias:
Era o secretário de Estado das Comunidades da Guiné-Bissau. Para os emigrantes que hoje voltaram ao país, num percurso de Tripoli a Banjul, capital da Gâmbia, país aliás que dirigiu a operação, foi de facto uma aventura dramática. Saíu Baldé , um jovem de 26 anos, electricista de profissão, que viveu na Líbia durante cinco anos, testemunhou momentos difíceis, nomeadamente ameaças contra estrangeiros da raça negra por parte da população líbia, que os associaram aos mercenários alegadamente recrutados pelo regime de Gadhaffi:
Mesmo assim, Saíu Baldé pensa um dia voltar a Líbia, assim que a situação voltar à normalidade, porquanto deixou por trás muitos interesses:
Por cá, os familiares dos guineenses que se encontravam ou ainda se encontram na Líbia, viveram e vivem momentos de grande afogo. As chamadas telefónicas apenas tranquilizam os ânimos. É o caso de Domingos Sanasse Sané que apesar de estar satisfeito por ter visto o seu irmão são e salvo, disse estar ao mesmo tempo entristecido:
Guineenses repatriados da Líbia, onde reina uma crise político-militar.