O Sudão do Sul vai parar a produção de petróleo como protesto pelos impostos elevados que o Sudão aplica no transporte daquele produto através dos oleodutos para o norte.
A decisão ameaça as economias dos dois países e aumenta a tensão que tem existido desde que em Julho passado, o sul declarou a independência.
O governo do Sudão do Sul indicou já ter reduzido a produção de petróleo em mais de metade e planeia continua a reduzir a produção a menos que o Sudão aceite as suas exigências.
O Sudão do Sul encerrou a maioria dos poços no final da terça-feira na região centro-norte e o processo vai continuar no Alto Nilo, no leste, onde se encontram a maioria dos poços de petróleo.
O encerramento é o último acontecimento de uma disputa entre os dois países sobre a maneira de partilhar as receitas petrolíferas após a separação dos territórios.
O Sudão do Sul afirma que o norte confiscou 815 milhões de dólares de petróleo do Sul, ao que Cartum responde que reteve o petróleo como compensação das receitas perdidas.
O Sudão aplica ao sul uma taxa de 36 dólares por barril, valor bastante acima do valor da indústria, que se situa no dólar por barril.
O ministro do petróleo e minas do Sudão do Sul Stephen Dau, afirmou à Voz da América que os termos de Cartum são inaceitáveis.
“Estamos igualmente a pagar os custos da operação do oleoduto e do terminal marítimo. Infelizmente Cartum impõe impostos discriminatórios, contra nós como penalidade pela separação”.
Mais de 90 por cento das receitas do Sudão do Sul são derivadas das exportações de petróleo. O país herdou, após a criação, três quartos das reservas conhecidas do antigo Sudão unificado.
A separação terá custado a Cartum, mais de 7 biliões de dólares de receitas perdidas.
Enquanto o Sudão do Sul produz a maior parte do petróleo, não possui capacidade de refinação, e depende dos oleodutos do norte para a exportação.