Os três maiores partidos da oposição em Angola, UNITA, PRS e FNLA ameaçaram hoje em Luanda boicotar as eleições gerais caso persistam as ilegalidades na preparação do escrutínio, ainda sem data marcada, mas que deverá realizar-se em Setembro.
Os partidos, que contestam a actual presidente da Comissão Nacional Eleitoral Independente suspenderam,hoje,a sua participação na discussões para a conclusão do pacote eleitoral e na administração eleitoral, enquanto o Conselho Superior da Magistratura Judicial não revogar a indicação de Suzana Inglês.
Os presidentes das bancadas parlamentares da UNITA, FNLA e PRS chamaram a imprensa para reiterar a sua decisão de impugnar o acto da Magistratura Judicial que consideram “ilegal e fraudulento”.
Os deputados, Raul Danda da UNITA, Sapalo António do PRS e Nimy Ya Nsimbi pela FNLA confrontaram os argumentos do CSMJ, de que a presidente da CNEI nunca deixou de ser juíza, com provas documentais que sugerem que a exoneração da Dra Suzana Inglês, daquele cargo, tinha sido, publicada no Diário da República.
“Compulsados os arquivos da República, verificamos que o despacho que exonera Suzana António da Conceição Nicolau Inglês, do cargo de juíza, a seu pedido, foi publicado no Diário da República II Série número 9, numa sexta-feira, dia 4 de Março de 1994” , precisou o deputado Raul Danda, quando lia a extensa declaração conjunta.
Os contestatários demonstraram também que, na anterior Lei Constitucional, o ministro da Justiça tinha competências para exonerar os juízes.
Os três partidos da oposição ameaçam igualmente denunciar, junto da União Africana, das Nações Unidas e dos Fóruns Eleitorais, o descrevem de “comprovada intenção do poder instalado em Angola de defraudar as eleições”. A instituição visada ainda não reagiu a este posicionamento da oposição parlamentar
As três formações da oposição haviam boicotado a tomada de posse da presidente da CNEI e impedido os seus representantes de integrarem aquele órgão.
Raúl Danda:"eleições de laboratório, com resultados de laboratório"