Exercícios militares recentes em Benguela destruíram casas e feriram três pessoas, uma delas com gravidade. As Forças Armadas Angolanas ainda não deram qualquer explicação para o incidente.
Três civis foram alvejados com estilhaços de projécteis de canhões e casas ficaram destruídas durante os treinos militares, ocorridos recentemente no município do Cubal, província de Benguela, segundo disseram a Voz da da América as populações daquela localidade.
Dois feridos foram enviados para o hospital municipal, enquanto Messa Munda, com ferimentos graves foi transferida para o hospital geral de Benguela.
Populares disseram que as aldeias Kamaty e Mbalambi tinham sido surpreendidas com explosões de canhões, que supõem ser do tipo M46.
"É uma área onde reside a população, lógicamente nunca se devia permitir que ali se fizessem exercícios militares," disse um dos populares da aldeia de Kamaty, acrescentando que "estamos em paz e quando se fala da paz tem de haver tranquilidade "
Alem de desalojarem as populações de suas aldeias, os tiros provocaram a destruição de lavras inteiras cujo número ainda está por se determinar, conforme disse um camponês da aldeia Mbalambi.
"O governo afinal não quer de nós, talvez só queira do estrangeiro. Eu sinto-me mal porque assim maltrataram o povo; não estou satisfeito," disse.
Fontes locais disseram à Voz da América que foram enviados para os exercícios cerca de 1,200 efectivos de cada uma das cinco regiões militares, tendo o Huambo movimentado um contingente avaliado em 2. 100 homens para a preparação combativa. Foram também mobilizados meios bélicos pesados.
A posição militar para as manobras, centrou-se nas aldeias de Kavisamba e Kamunda Kisolo. Para a implementação do projecto foram desalojadas as aldeias de Mulundo, Kaivanje, Kamunda, Kisolo, Kachilavi, Kavimbi, Kandjelekete, Kalombambi, bem como Kaliamuma e Utumba.
A Voz da América tentou sem sucesso ouvir as FAA - Forças Armadas Angolanas.