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Egípcios responsabilizam polícia por mortes em campo de futebol


Egípcios responsabilizam polícia por mortes em campo de futebol
Egípcios responsabilizam polícia por mortes em campo de futebol

Treinador português acusa polícia de nada ter feito para impedir os confrontos

Egípcios manifestaram-se quinta-feira no Cairo acusando a polícia de responsabilidade pela morte de mais de 70 pessoas em disturbios após um jogo de futebol em Port Said.

As autoridades prometeram uma investigação e anunciaram três dias de luto nacional na sequência da morte de pelo menos 74 pessoas, nos incidentes após o jogo entre as equipas do Al Masri e do Al Ahly. Centenas de outras ficaram feridas.

Os distúrbios na quarta-feira à noite voltaram a chamar a atenção para o falhanço do governo de transição em restabelecer a ordem e estabilidade no país e ameaça agora provocar uma nova crise na transição politica no país.

Imagens na televisão mostraram a polícia inactiva enquanto adeptos do al Masri atacavam os jogadores e adeptos do al Ahly. Clique aqui para ver as fotos dos tumultos.

Mohammed Mellegi, irmão de uma das vitímas, disse ser “muito triste para o país que as forças de segurança sejam responsaveis por isto”.

“São totalmente responsáveis porque não impediram os adeptos de invadir o campo. Os membros das forças de segurança estavam a vêr o que se passava mas não se moveram. Alguns dos adeptos atacaram as forças de segurança e estes não reagiram,” disse.

O treinador do Al-Ahly o português Manuel José disse não poder haver qualquer dúvida da responsabilidade da polícia pelo que se passou.

José recordou que já antes do jogo e durante o intervalo tinha havido invasão do campo perante a passividade da polícia que depois não tomou quaisquer medidas de prevenção.

“A culpa é única e exclusivamente da polícia,” disse Manuel José.

“Tinham dezenas e dezenas de soldados e polícias dentro do estádio e quando acabou o jogo despareceram todos,” acrescentou Manuel José que disse ainda:

“Nem eles (os polícias) nem o exército fizeram coisa nenhuma. É pura verdade. A culpa é deles e de mais ninguém”.


Manuel José que tencionava reunir-se com a direcção do clube e provavelmente deverá regressar a Portugal. Ouça declarações de Manuel José sobre as agressões a que foi submetido

A Irmandade Muçulmana, o maior partido egípcio acusou apoioantes do derrubado presidente Hosni Mubrak de responsabilidade pela tragédia afirmando que estes têm como objectivo mergulhar o Egipto no caos e na destruição.

O presidente do conselho militar egipto, o Marechal Mohamed Tantawi formou uma força tarefa chefiada pelo procurador-geral para investigar o incidente e prometeu julgamentos para os responsáveis.

A policia prendeu 47 pessoas por envolvimento no caso .

O primeiro ministro Kamal al Ganzouri disse que o director da associação de futebol, o governador de Port Said e o responsável pela segurança demitiram-se ou foram demitidos.


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