Quatro camiões com madeira extraída do eucalipto, provenientes de Benguela, estiveram retidos, durante uma semana, no Sumbe, província do Kwanza Sul, naquilo que é visto por muitos como exemplo da confusão que reina sobre o decreto presidencial ao comércio de madeira.
Esta situação, que acaba de ser ultrapassada quase cinco dias depois da medida da Polícia, abrandou a emissão de guias de marcha, deixando preocupados os operadores do ramo.
Nem no mercado interno, porque o Serviço de Investigação Criminal impede, nem além-fronteiras, porque a Administração Geral Tributária, que fechou as portas de acesso à exportação, parece alheia a excepções em relação à proibição de corte, circulação e transportação de madeira.
Nara Júnior, directora da 4ª região tributária, disse estar em contacto com o IDF (Instituto de Desenvolvimento Florestal) “para ver se conseguimos algumas sessões de esclarecimentos sobre este assunto’’.
O madeireiro Francisco Pedro disse que existem posições extremas que continuam a prejudicar a classe.
"Mesmo com o documento do IDF a autorizar viagem para Luanda, as autoridades apreendem o camião com a madeira de eucalipto”, disse afirmando que isso “é um prejuízo para a tentativa de ressurgimento do empresariado nacional", revelou Pedro.
"Há quase três semanas tenho um pedido para o mercado nacional, que até nem é para exportar, e mandam-me aguardar dando como exemplo o caso de uma empresa com centenas de metros cúbicos aprisionadas no Kwanza Sul", acrescentou.
A madeira extraída do eucalipto e do pinho, a espécie exótica, é vendida a pequenos empresários pela ‘’Estrela da Floresta’’, empresa participada pelo Fundo Soberano.
Quanto à chamada madeira nativa, abrangida pelo fim da campanha florestal, o Ministério da Agricultura e Florestas, ciente da existência de centenas de camiões retidos um pouco por toda Angola, vai decidir se confisca a favor do Estado, se aplica multas ou ordena a movimentação do produto.