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Mais de 72 milhões de deslocados no mundo - diz relatório da Cruz Vermelha


Terromotos e cheias estão entre os maiores desastres mundiais urbanos
Terromotos e cheias estão entre os maiores desastres mundiais urbanos

Publicado hoje em Genebra, o documento anual da Cruz Vermelha contabiliza os desastres do último ano e avalia o custo dos prejuízos em bilhões de dólares

Um relatório da Federação Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, indica que mais de 72 milhões de pessoas ou seja um em cada cem habitante no mundo é forçado a situação de deslocado.

Intitulado de Relatório de Desastres Mundiais, este documento publicado anualmente pelo movimento internacional da Cruz Vemelha analisa o crescente fenómeno de migração forçada, e apela aos governos a tomarem medidas para aliviar a situação de dezenas de milhões de pessoas forçadas a abandonar os seus lares.

O Relatório afirma que o ano de 2011 conheceu os disastres naturais mais caros dos últimos dez anos, em termos de custos. Isso apesar de no ano passado ter havido menos disastres.

Ao todo, o relatório reportoriou 336 desastres que terão tido um custo em prejuízos no valor de 365.5 mil milhões de dólares. Mais de metade desses custos tem a ver com o terramoto e o marmoto de Fukushima no Japão.

A Federação Internacional da Cruz Vermelha qualifica de dramáticas as estatísitcas, ao constatar que um número crescente de pessoas foi forçado a fugir de suas casas em resultado de factores como conflitos, perseguições, desastres, pobreza e mudanças ambientais.

Sue Lemesurier é chefe da unidade de migrações da Federação Internacional da Cruz Vermelha e trabalha com a organização há 20 anos.

“Como o Relatório Desastres Mundias destaca este ano, muitos desses migrantes chegam nas suas novas destinações num estado péssimo e de aflição. Crianças, particularmente aquelas que foram separadas das suas famílias, dos seus pais, estão muitas vezes traumatizadas, depois de experimentarem várias dificuldades ao longo do caminho. É importante que governos e comunidades onde chegam possam estar em condições de lhe fornecer mais e melhor esperanças, apoio psicológico, conselhos e assistencia humanitária.”

Dos mais de 72 milhões de deslocados, as Nações Unidas estimam que somente 15 milhões são considerados de refugiados, ou seja aqueles que fogem as perseguições e conflitos. O declínio do número de guerras nos últimos 25 anos e e de mortes resultantes de guerras civis, representa apenas um quarto dos registados nos anos de 1980.

Assim, as Nações Unidas afirmam que a violencia e o conflito ainda afectam um em quatro pessoas no mundo. O Relatório Desastres Mundiais indica que um número crescente de pessoas é forçado a imigrar, por causa de uma série de factores que incluem o conflito e violencia, desastres, mudanças políticas e também em larga escala em consequencia de projectos de desenvolvimento.

O documento estima que pelo menos 15 milhões de pessoas são deslocadas todos os anos em resultado de projectos de desenvolvimento, tais como construções de barragens ou projectos de requalificação urbana.
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