LONDRES —
REPORTAGEM DE SELAH HENNESSEY
Nas últimas duas décadas diminuiu o numero de pessoas a passar fome no mundo, revela o relatório deste ano sobre a insegurança alimentar da organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO. Mas este relatório afirma que em algumas regiões, incluindo a grande parte da África subsariana, os números continuam a subir.
Numa conferência de imprensa em Roma, o director geral da FAO José Graziano da Silva disse que 870 milhões de pessoas passam fome, uma estimativa mais baixa de outras feitas pela organização nos últimos anos.
“Temos que reconhecer que este número é ainda muito alto,” disse ele fazendo notar que “uma em cada oito pessoas ainda passam fome num mundo que tem alimentos suficientes para alimentar todos”.
Em 2009 a organização tinha estimado que mil milhões de pessoas passavam fome no mundo. Agora a FAO mudou o método de angariação de dados e afirma que esse número era uma estimativa exagerada.
A FAO diz que uma nova análise dos dados indica que na verdade nos últimos 20 anos o número de pessoas que passam fome caiu mais de 100 milhões.
Graziano da Silva disse que isso é uma boa notícia mas faz notar que desde 2007 o progresso tem sido lento.
“Há muitos factores que podem explicar isso, sendo o mais importante o abrandamento económico, o que significa menos postos de trabalho e rendimentos menores,” disse ele acrescentando que “há também a questão dos altos preços de alimentos e especialmente a questão da volatilidade dos preços de alimentos que temos testemunhado nos últimos anos”.
“Isso afecta os mais pobres quer do lado do consumidor quer do lado do produtor,” acrescentou.
O relatório indica também que o progresso no combate à fome tem sido desequilibrado com algumas regiões a registarem grandes avanços e outras a recuarem.
Assim no leste asiático o numero de pessoas subalimentadas caiu em mais de 80 milhões nos últimos 20 anos. Na África subsaariana o numero subiu em mais de 60 milhões.
Kostas Stamoulis, director da FAO na divisão de desenvolvimento económico na agricultura disse que o novo sistema de angariar os dados sobre a fome significa que as estatísticas são agora de maior confiança.
Stamoulis disse que nova metodologia é baseada num vasto leque de novos números, incluindo dados actualizados da população, estatísticas sobre as necessidades em calorias e melhores estimativas sobre a quantidade de alimentos que na verdade existe para consumo em vez da quantidade produzida.
“A FAO tem o mandato e a responsabilidade de entregar aos seus membros e à comunidade mundial estatísticas sobre a fome que reflictam os últimos progressos em metodologia e os últimos dados,” disse.
“Portanto melhorar o meio como calculamos a fome deverá fortalecer a nossa credibilidade e melhorar a credibilidade dos dados que divulgamos,” acrescentou.
Das 870 milhões que passam fome no mundo 852 milhões vivem em países em desenvolvimento, a maioria no sul e leste asiáticos e na África subsaariana.
Nas últimas duas décadas diminuiu o numero de pessoas a passar fome no mundo, revela o relatório deste ano sobre a insegurança alimentar da organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, a FAO. Mas este relatório afirma que em algumas regiões, incluindo a grande parte da África subsariana, os números continuam a subir.
Numa conferência de imprensa em Roma, o director geral da FAO José Graziano da Silva disse que 870 milhões de pessoas passam fome, uma estimativa mais baixa de outras feitas pela organização nos últimos anos.
“Temos que reconhecer que este número é ainda muito alto,” disse ele fazendo notar que “uma em cada oito pessoas ainda passam fome num mundo que tem alimentos suficientes para alimentar todos”.
Em 2009 a organização tinha estimado que mil milhões de pessoas passavam fome no mundo. Agora a FAO mudou o método de angariação de dados e afirma que esse número era uma estimativa exagerada.
A FAO diz que uma nova análise dos dados indica que na verdade nos últimos 20 anos o número de pessoas que passam fome caiu mais de 100 milhões.
Graziano da Silva disse que isso é uma boa notícia mas faz notar que desde 2007 o progresso tem sido lento.
“Há muitos factores que podem explicar isso, sendo o mais importante o abrandamento económico, o que significa menos postos de trabalho e rendimentos menores,” disse ele acrescentando que “há também a questão dos altos preços de alimentos e especialmente a questão da volatilidade dos preços de alimentos que temos testemunhado nos últimos anos”.
“Isso afecta os mais pobres quer do lado do consumidor quer do lado do produtor,” acrescentou.
O relatório indica também que o progresso no combate à fome tem sido desequilibrado com algumas regiões a registarem grandes avanços e outras a recuarem.
Assim no leste asiático o numero de pessoas subalimentadas caiu em mais de 80 milhões nos últimos 20 anos. Na África subsaariana o numero subiu em mais de 60 milhões.
Kostas Stamoulis, director da FAO na divisão de desenvolvimento económico na agricultura disse que o novo sistema de angariar os dados sobre a fome significa que as estatísticas são agora de maior confiança.
Stamoulis disse que nova metodologia é baseada num vasto leque de novos números, incluindo dados actualizados da população, estatísticas sobre as necessidades em calorias e melhores estimativas sobre a quantidade de alimentos que na verdade existe para consumo em vez da quantidade produzida.
“A FAO tem o mandato e a responsabilidade de entregar aos seus membros e à comunidade mundial estatísticas sobre a fome que reflictam os últimos progressos em metodologia e os últimos dados,” disse.
“Portanto melhorar o meio como calculamos a fome deverá fortalecer a nossa credibilidade e melhorar a credibilidade dos dados que divulgamos,” acrescentou.
Das 870 milhões que passam fome no mundo 852 milhões vivem em países em desenvolvimento, a maioria no sul e leste asiáticos e na África subsaariana.