O Supremo Tribunal (ST) do Quénia anulou as eleições de 8 de Agosto que deram vitória ao Presidente Uhuru Kenyatta por considerar que o Conselho Eleitoral cometeu irregularidades e ordenou a realização de um novo acto eleitoral dentro de 60 dias,
"A declaração [da vitória de Kenyatta] é inválida, nula e sem efeito", revelou o juiz David Maranga, com o apoio de quatro dos seis magistrados no ST nesta sexta-feira, 1.
Nas eleições, Kenyatta obteve 54,3 % dos votos à frente do rival Raila Odinga, que ficou com44,7 %, segundo o presidente da Comissão Eleitoral, Wafula Chebukati.
Cerca de 80 por cento dos 19 milhões de eleitores registados votaram.
A coligação da oposição Super Aliança Nacional (NASA, na sigla em inglês) denunciou fraude nas eleições e, após o anúncio da reeleição do Presidente Kenyatta, confrontos entre manifestantes e forças de segurança deixaram vários mortos.
Luta de dinastias
Há dez anos, mais de 1.100 pessoas morreram e 600 mil deixaram as suas casas em dois meses de violência pós-eleitoral, após a reeleição de Mwai Kibaki, também denunciada por Odinga.
A anulação das eleições pela primeira vez no país dá início a uma nova fase da dura disputa entre as duas principais dinastias políticas do país.
De um lado está Kenyatta, rico empresário de 55 anos e filho do Presidente fundador do país e, do outro,Raila Odinga, ex-prisioneiro político de 72 anos e filho do primeiro vice-presidente do Quénia.