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Mais oito mortos em violência pós-eleitoral no Quénia


Apoiantes de Raila Odinga manifestam-se em Kibera, bairor de Nairobi, Quénia, 12 Agosto 2017.
Apoiantes de Raila Odinga manifestam-se em Kibera, bairor de Nairobi, Quénia, 12 Agosto 2017.

Oito corpos foram levados para uma morgue de Nairobi desde a noite de sexta-feira, 11, provenientes da periferia da capital, tomada por actos de violência após o anúncio da reeleição do Presidente Uhuru Kenyatta - disse uma fonte policial, acrescentando que sete foram alvo de disparos.

"Os corpos provenientes de Mathare, Kibera e Kawangware são oito desde a noite passada e foram transportados para a morgue da cidade", declarou o agente da polícia neste sábado (12) à AFP, pedindo para não ser identificado.

Segundo ele, o corpo de uma menina morta esta manhã em Mathare também seria recuperado. A menina estava numa varanda quando foi atingida por uma bala, revelou o seu pai à AFP.

"Eu estava a vê-la a brincar com os amigos e de repente ela caiu", descreve Wycliff Mokaya, residente de Mathare e pai da menina de 9 anos que morreu enquanto brincava na varanda e foi atingida por uma bala

A oposição garantiu hoje, 12, que não vai abrir mão do anúncio do seu candidato, Raila Odinga, como vencedor da eleição presidencial.

"Não vamos nos deixar intimidar. Não renunciaremos", declarou em conferência de imprensa Johnson Muthama, um dos líderes da coligação política Nasa, descrevendo a repressão policial como uma tentativa "de sujeitar" a oposição.

Muthama denunciou que a Polícia matou - segundo ele - "mais de 100 quenianos inocentes, incluindo dez crianças". Nenhuma evidência dessas mortes foi divulgada ainda pela oposição.

De acordo com balanço da AFP, a repressão aos protestos deflagrados na sexta-feira deixou pelo menos 11 mortos, nove deles em bairros de lata de Nairobi, um no oeste do país, no condado de Kisumu, e outro na cidade de Siaya, no sudoeste.

"Uhuru Kenyatta não tem qualquer legitimidade para ser Presidente do Quénia", continuou Muthama.

Nos últimos dias, a oposição multiplicou as acusações de fraude eleitoral, excluindo, até o momento, recorrer à Justiça contra a reeleição de Kenyatta.

"Comunicaremos no momento adequado a maneira como realizaremos nossa ação", afirmou Muthama, acrescentando que, "por enquanto, pedimos aos nossos partidários e aos quenianos que se mantenham em segurança".

O chefe de Estado em fim de mandato, Uhuru Kenyatta, obteve 54,27% dos votos, contra 44,74% alcançados pelos eu principal rival, Raila Odinga.

Com AFP

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