O Presidente queniano, Uhuru Kenyatta, foi reeleito nesta sexta-feira, 11, para um segundo mandato de cinco anos, embora a oposição tenha denunciado fraudes em massa nas eleições, que aconteceram na terça-feira, 8 de Agosto..
O chefe de Estado em fim de mandato obteve 54,27% dos votos, contra 44,74% alcançados pelo seu principal rival, Raila Odinga, segundo os resultados oficiais. "Assim, declaro Uhuru Kenyatta [...] presidente eleito", afirmou o chefe da Comissão Eleitoral (IEBC), Wafula Chebukati.
Numa mensagem à nação, Kenyatta estendeu a mão a Odinga e à oposição: "Devemos trabalhar juntos, devemos montar uma equipa, crescer juntos, fazer crescer juntos este país".
Além isso, pediu paz, assegurando que "não há nenhuma necessidade de violência". No entanto, depois de os resultados serem anunciados, começaram os distúrbios em Kibera, reduto opositor em Nairobi, onde houve roubos. Em Kisumu, a polícia fez disparos para tentar dispersar os manifestantes.
Ao mesmo tempo, nas cidades de Nakuru, Eldoret e Nyeri, milhares de pessoas cantavam e dançavam nas ruas para comemorar a vitória de Kenyatta.
Dez anos depois das piores disputas violentas registadas no país pós-eleições, que deixaram 1.100 mortos, a vitória de Kenyatta faz temer um forte descontentamento nos apoiantes de Odinga e possíveis conflitos.
Neste contexto de tensão, as próximas declarações de Raila Odinga serão determinantes. Entretanto, os seus simpatizantes já protagonizaram confrontos esporádicos na quarta-feira, 9, contra a polícia, fortemente armada.
Denúncias de Fraude
A oposição adoptou um tom conciliador nesta sexta-feira à tarde depois da comunidade internacional ter apelado à calma e prudência, e assegurou que aceitaria os resultados quando puder ter acesso aos dados dos servidores da IEBC.
A coligação da oposição, a Nasa, insistiu nas acusações de fraude, afirmando ter provas, segundo fontes internas da IEBC, de que Raila Odinga teria vencido.
Na resposta escrita ao grupo de Odinga, a comissão observou erros aritméticos nos documentos que supostamente apontam a sua vitória e que procedem, segundo o organismo, de uma base de dados Microsoft, quando a IEBC utiliza Oracle.
Numa entrevista à CNN, Odinga, de 72 anos, afirmou que está "decepcionado" com os observadores: "Não queremos ver nenhuma violência no Quénia (...), mas não controlo ninguém. As pessoas querem justiça".