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Moçambique: Greve dos médicos com pouca aderência


 Hospital de Maputo
Hospital de Maputo

A maior parte dos médicos compareceu aos seus postos de trabalho.

Os médicos moçambicanos estão em greve à escala nacional exigindo aumentos salariais e melhores condições de trabalho. Asseguram contudo os serviços essenciais.

A maior parte dos médicos compareceu no entanto na segunda-feira aos seus postos de trabalho em todo o país, ignorando a paralisação laboral convocada pela Associação Médica de Moçambique, liderada pelo jovem Jorge Arroz.

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O braço de ferro entre o Governo e os médicos é muito antigo e foi desencadeado pela decisão de desalojar profissionais da saúde das casas cedidas pelo governo em algumas zonas do País.

A decisão foi veiculada através de uma circular de 16 de Junho de 2008.
Depois desta circular, os médicos fizeram o levantamento das dificuldades que enfrentam no dia-a-dia, a começar pelos salários considerados muito baixos, passando pela falta de estatuto do médico cuja reelaboração terá alegadamente acontecido em segredo.

A Associação Médica de Moçambique diz que escreveu várias cartas para o ministro da saúde, mas não teve resposta.

O Ministro Alexandre Manguele reconhece os problemas colocados pelos seus colegas, mas considera que o governo está a fazer um esforço titânico para os resolver de forma abrangente e à medida dos recursos disponíveis, porque não são apenas os médicos que ganham salários baixos em Moçambique.

Para o Ministro Alexandre Manguele, a ameaça de greve é promovida por médicos que trabalham em agências estrangeiras em Moçambique, porque os que labutam no serviço nacional de saúde ou seja no sector público, esses, estão conscientes do esforço do governo.

No final da semana atelevisão estatal publicou cartas do presidente da direcção da Associação Médica de Moçambique, Jorge Arroz, revelando que o jovem médico está fora do serviço nacional de saúde há cerca de um ano a seu pedido, mas mobiliza os médicos do sector público a fazer greve.

O ministro da saúde está muito zangado com médicos considerados mercenários.
“A coisa mais difícil é negociar na mesa com funcionários de agências estrangeiras a fazerem todo o tipo de chantagem que não posso qualificar aqui. Durante a greve, que eles mobilizam, vão estar a onde…? Se calhar vão estar a trabalhar para as agências dos países que os acolhe, prejudicando os médicos que sabem que o governo está a fazer tudo para resolver o problema”- desabafou o Ministro da Saúde, Alexandre Manguele.

Moçambique tem apenas 1.200 médicos nacionais para uma população de 23 milhões de habitantes.

A medicina moderna cobre apenas 40 por cento das necessidades do Pais.
Em Moçambique, os funcionários públicos são proibidos por lei de fazer greve, pelo que a paralisação convocada pela Associação Médica de Moçambique é considerada ilegal.
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