A coligação rebelde de três grupos, conhecida por Seleka, e que representa a maior ameaça à estabilidade desde que o presidente tomou o poder em 2003, na sequência de um golpe militar.
As facções dos três principais grupos rebeldes no norte da República Centro Africana voltaram de novo a pegar em armas contra o governo, ameaçando Bangui. Os rebeldes capturaram duas vilas na sona central do país sem qualquer resistência, a poucos dias das conversações de paz que devem começar em Libreville esta semana.
A coligação rebelde é conhecida por Seleka, que significa “aliança” na língua local, Sango. Mas os analistas em Bangui dizem que a aliança é ténue, sendo pouco claro quem faz parte da coligação.
Abdoulaye Hissein é presidente da Convenção dos Patriotas pela Justiça e Paz – um movimento rebelde no nordeste. Ele desmente reivindicações de que o seu grupo se tenha juntado ao Seleka.
Hissein diz que os porta-vozes e os comandantes no terreno não conseguem acordar nos factos. Diz que como alguém que lutou antes contra o governo, diz que a única opção é o diálogo.
Os porta-vozes do Seleka têm feito afirmações contraditórias à imprensa, incluindo se querem ou não participar nas conversações de paz.
Esta é a terceira grande rebelião no norte desde meados de 2005, após as eleições que transformaram, François Bozize de líder de golpe em presidente.
O governo de Bozize assinou vários acordos de paz com os grupos rebeldes, incluindo um acordo conhecido por Acordos de paz Global, em 2008. A coligação Seleka diz que o governo não cumpriu as promessas que fez, sobretudo quanto aos pagamentos aos combatentes rebeldes e a sua reintegração na sociedade.
Os mais ortodoxos dentro dos grupos rebeldes exigem o afastamento de Bozize, algo que o governo diz estar fora de questão.
O antigo ministro das comunicações, Cyriaque Gonda, foi um dos principais negociadores da paz em 2008 – um cargo, diz ele, que voltará a desempenhar este mês. Gonda diz que os rebeldes têm agora uma causa comum, mas que é difícil acreditar que as hostilidades que existiam entre os líderes rebeldes em 2008 tenham deixado de existir.
“Recordo que alguns deles não aceitavam sentar-se juntos. Agora, é apenas uma questão de tempo. Têm um objectivo específico, mas sei que no fim, assim que conseguirem esse objectivo, que é o de destruir todas as instituições, as divisões voltarão a aparecer e será quando vamos ter uma confusão no país.”
Gonda admite que o governo não terminou o desarmamento. Responsabiliza a comunidade internacional pela falta de financiamento para isso bem como desentendimentos e mudanças de liderança entre os rebeldes.
O grupo Crise Internacional diz que em 2010 os líderes rebeldes estavam preocupados com ganhos pessoais, como assegurar trabalhos governamentais lucrativos, e bons postos no exército, o que minou o processo de paz. Desconhece-se de facto o número de rebeldes do Seleka.
O chefe da força multinacional africana colocada em Damara, a 75 quilómetros da capital, o general Jean Feliz Akaga, diz ser impossível saber a forças da coligação rebelde. Akaga diz que ficaria surpreendido se os próprios rebeldes soubessem de quantos combatentes dispõem.
Os analistas dizem que a rápida ofensiva rebeldes – apoderando-se de um-terço do país em três semanas – é não só testemunho do seu poderio militar como da fraqueza do exército nacional e da sua fraca presença na maior parte do agora capturado território.
O governo diz que os rebeldes têm apoio externo e combatentes estrangeiros, sobretudo do Chade e do Sudão. Afirmação que não pode ser confirmada por fonte independente.
As origens dos três grupos rebeldes associados no Seleka podem, em parte, ser traçadas ao presidente Bozize.
O grupo Forças da União Democrática para a Unidade foi criado no nordeste, em 2006, por combatentes descontentes que tinham ajudado Bozize a destronar o então presidente Ange-Felix Patasse. No mesmo ano, em 2006, oficiais militares pro-Patasse formaram grupos rebeldes em oposição ao presidente Bozize – incluindo outro afiliado do Seleka – a frente Democrática para o Povo Centro-Africano.
Entre as suas principais queixas os rebeldes mencionam o subdesenvolvimento do norte e a sua marginalização na sociedade.
As facções dos três principais grupos rebeldes no norte da República Centro Africana voltaram de novo a pegar em armas contra o governo, ameaçando Bangui. Os rebeldes capturaram duas vilas na sona central do país sem qualquer resistência, a poucos dias das conversações de paz que devem começar em Libreville esta semana.
A coligação rebelde é conhecida por Seleka, que significa “aliança” na língua local, Sango. Mas os analistas em Bangui dizem que a aliança é ténue, sendo pouco claro quem faz parte da coligação.
Abdoulaye Hissein é presidente da Convenção dos Patriotas pela Justiça e Paz – um movimento rebelde no nordeste. Ele desmente reivindicações de que o seu grupo se tenha juntado ao Seleka.
Hissein diz que os porta-vozes e os comandantes no terreno não conseguem acordar nos factos. Diz que como alguém que lutou antes contra o governo, diz que a única opção é o diálogo.
Os porta-vozes do Seleka têm feito afirmações contraditórias à imprensa, incluindo se querem ou não participar nas conversações de paz.
Esta é a terceira grande rebelião no norte desde meados de 2005, após as eleições que transformaram, François Bozize de líder de golpe em presidente.
O governo de Bozize assinou vários acordos de paz com os grupos rebeldes, incluindo um acordo conhecido por Acordos de paz Global, em 2008. A coligação Seleka diz que o governo não cumpriu as promessas que fez, sobretudo quanto aos pagamentos aos combatentes rebeldes e a sua reintegração na sociedade.
Os mais ortodoxos dentro dos grupos rebeldes exigem o afastamento de Bozize, algo que o governo diz estar fora de questão.
O antigo ministro das comunicações, Cyriaque Gonda, foi um dos principais negociadores da paz em 2008 – um cargo, diz ele, que voltará a desempenhar este mês. Gonda diz que os rebeldes têm agora uma causa comum, mas que é difícil acreditar que as hostilidades que existiam entre os líderes rebeldes em 2008 tenham deixado de existir.
“Recordo que alguns deles não aceitavam sentar-se juntos. Agora, é apenas uma questão de tempo. Têm um objectivo específico, mas sei que no fim, assim que conseguirem esse objectivo, que é o de destruir todas as instituições, as divisões voltarão a aparecer e será quando vamos ter uma confusão no país.”
Gonda admite que o governo não terminou o desarmamento. Responsabiliza a comunidade internacional pela falta de financiamento para isso bem como desentendimentos e mudanças de liderança entre os rebeldes.
O grupo Crise Internacional diz que em 2010 os líderes rebeldes estavam preocupados com ganhos pessoais, como assegurar trabalhos governamentais lucrativos, e bons postos no exército, o que minou o processo de paz. Desconhece-se de facto o número de rebeldes do Seleka.
O chefe da força multinacional africana colocada em Damara, a 75 quilómetros da capital, o general Jean Feliz Akaga, diz ser impossível saber a forças da coligação rebelde. Akaga diz que ficaria surpreendido se os próprios rebeldes soubessem de quantos combatentes dispõem.
Os analistas dizem que a rápida ofensiva rebeldes – apoderando-se de um-terço do país em três semanas – é não só testemunho do seu poderio militar como da fraqueza do exército nacional e da sua fraca presença na maior parte do agora capturado território.
O governo diz que os rebeldes têm apoio externo e combatentes estrangeiros, sobretudo do Chade e do Sudão. Afirmação que não pode ser confirmada por fonte independente.
As origens dos três grupos rebeldes associados no Seleka podem, em parte, ser traçadas ao presidente Bozize.
O grupo Forças da União Democrática para a Unidade foi criado no nordeste, em 2006, por combatentes descontentes que tinham ajudado Bozize a destronar o então presidente Ange-Felix Patasse. No mesmo ano, em 2006, oficiais militares pro-Patasse formaram grupos rebeldes em oposição ao presidente Bozize – incluindo outro afiliado do Seleka – a frente Democrática para o Povo Centro-Africano.
Entre as suas principais queixas os rebeldes mencionam o subdesenvolvimento do norte e a sua marginalização na sociedade.