Os ataques recentes ocorridos em Mocímboa da Praia deixam a população insegura e atormentada.
Algumas pessoas abandonam as aldeias, que foram alvo de ataques e posteriores confrontos entre homens armados eforças de defesa e segurança.
Desde a madrugada de 5 de Outubro de 2017 que a vida não é a mesma para a população deste distrito da província de Cabo Delgado. Tudo por conta dos ataques de indivíduos armados considerados radicais islâmicos.
Morto polícia de unidade de elite
Os residentes relatam mais ataques. O último resultou na morte de um membro da unidade de intervenção rápida da polícia moçambicana, no domingo.
Nesse confronto, cinco membros das Forças de Defesa e Segurança ficaram gravemente feridos, tendo estes sido transferidos para o Hospital Provincial de Pemba.
Poucos dias antes, o comandante-geral da Polícia apelou a rendição dos autores dos ataques armados.
"Esta situação nos deixa muita mal mesmo"
Amisse Siduane, residente na zona de Namalala diz que viu "homens que saíram de Nhine e a população está com medo".
População das aldeias de aldeias como Mitumbate e Maculo fogem dos chamados radicais.
Num ataque contra as aldeias de “Maulo e Mutumbaze uma pessoa foi queimada dentro da sua casa e a outra foi degolada", diz Ben Amisse.
Apreensivo, Amisse pede o fim da instabilidade, porque "esta situação nos deixa muita mal mesmo".
O clima de medo afecta alguns negócios. Momade Alberto, motorista de transporte semi-colectivo, conta que foi obrigado a interromper a sua actividade por recear uma emboscada.
“Sim, temos medo”
Alberto confirma o que muitos dizem: "Sim, temos medo. Fiquei uma semana sem ir à Chitunda, por ter medo de ser atacado".
Mocímboa da Praia dista 78 quilómetros de Palma, distrito que está na ribalta por conta de investimentos de multinacionais interessadas na exploração de gás e petróleo . O cenário de insegurança desagrada as autoridades.
O administrador de Palma, Davide Machimbuko, diz que a insegurança representa um desafio, não apenas para o seu distrito.
"Estamos a falar de um mega-projecto que não é apenas de Palma, é de Moçambique. É uma situação que quando afectou o distrito de Mocímboa da Praia todo país ficou assustado e tinha-se que criar mecanismos de estancar", diz Machimbuko.