Um novo ataque de um grupo de insurgentes em Palma, na província moçambicana de Cabo Delegado, no fim-de-semana, provocou pânico as multinacionais, que exploram gás e petroleo, disseram nesta segunda-feira jornalistas e trabalhadores.
“Houve um confronto, no sábado, e ontem (domingo 22) cerca das 23 horas foi registado novo ataque do grupo na zona de Palma” contou à VOA um jornalista baseado em Pemba, descrevendo que a nova insurgência gerou instabilidade nas multinacionais.
A VOA apurou de uma outra fonte que o grupo atacou um posto administrativo de Ulumbi, no distrito de Palma, a zona onde até agora foi feita a única perfuração em terra na pesquisa pelo petróleo, por uma empresa canadiana.
“Há funcionários das multinacionais a serem tirados da zona após estes ataques”, disse um funcionário da multinacional americana Anadarko, que tem operações na região, sem acrescentar detalhes.
Segundo relatos de populares, os atacantes têm as mesmas características (andam encapuzados e com gritos de palavras de ordem), do grupo que assaltou a vila de Mocímboa da Praia há três semanas, e depois repelida pelas forças estatais.
Ao todo este fim de semana foram realizados três ataques, sendo dois em Palma e um a norte da vila de Mocímboa da Praia, todos contra edifícios públicos, incluindo uma posição policial.
A VOA apurou ainda de uma fonte bem posicionada da Procuradoria Provincial, que nesta segunda-feira 23, começaram a ser ouvidos os insurgentes capturados durante os confrontos com a Polícia e os suspeitos detidos à posteriori.
O administrador do distrito de Palma no norte de Moçambique, David Machimbuko, citado por órgãos de informação estatais, disse domingo que foram presos 11 novos membros de um grupo armado, que teria atacado no inicio do mês a vila de Mocímboa da Praia.