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Kapise no limite para albergar moçambicanos


Tendas improvisadas no campo de refugiados moçambicanos em Kapise, no distrito de Mwanza, no Malawi.
Tendas improvisadas no campo de refugiados moçambicanos em Kapise, no distrito de Mwanza, no Malawi.

Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados pede mais espaço para evitar complicações como a malária e cólera

O acampamento de Kapise, no Malawi, ultrapassou a capacidade de albergar condignamente os moçambicanos, que fogem das atrocidades na província de Tete.

As organizações humanitárias estão preocupadas com o risco de deterioração das condições de vida.

Kapise no limite para albergar moçambicanos - 2:09
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Mais de 10 mil pessoas estão num acampamento concebido para duas mil, disse à VOA a Representante do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) naquele país, Monique Ekoko.

“Dizem que os militares mandam-lhes sair para evitar o pior. Outros dizem que recebem a informação de militantes da Renamo e fogem,” disse Ekoko.

O Acnur procura verificar a autenticidade da informação, mas infelizmente, segundo Ekoko, os “seus colegas não tiveram ainda acesso aos locais de origem dessas pessoas”.

Com a chegada diária de cerca de 300 pessoas à Kapise, contou Ekoko, nos próximos dias o número vai subir, o que levanta preocupações sérias de saúde e saneamento.

Mas não havendo garantia de segurança no seu país, eles serão forçados a viver nessas condições.

Ekoko disse que a sua organização pediu ao governo do Malawi mais assistência. “Deverão nos dar espaço adequado, mais terra, para que possamos receber as pessoas e protegê-las condignamente”

Ekoko está também preocupada com as mulheres grávidas e crianças, que não tem o acesso à educação.

“Até o momento, 24 bebés nasceram. Os partos são no hospital distrital, para onde as mulheres são transportadas numa ambulância disponibilizada pelo ministério da saúde do Malawi,”.disse.

Mas, continuou, a viagem é feita em vias precárias, “que em caso de chuva podem se tornar totalmente intransitáveis.”

Há também o risco de malária e cólera.

“Devemos continuar a considerá-los pessoas que necessitam de protecção internacional,” Monique Ekoko, Representente do ACNUR – 1:24
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Quanto às recentes declarações do governador de Tete, Paulo Auade, segundo as quais “não há refugiados moçambicanos no Malawi”, Ekoko refere ao cumprimento de convenções internacionais.

Auade disse que os moçambicanos no Malawi sâo “familiares dos homens armados” da Renamo.

“Para o Acnur eles são o que consideramos requerentes de asilo, porque vem ao Malawi e dizem que fogem de perseguições (…) julgo que devemos continuar a considerá-los pessoas que necessitam de protecção internacional”, disse Ekoko.

Ela clarificou que “de acordo com as convenções internacionais todo o indivíduo tem direito a procurar asilo”.

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