A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur)no Malawi refutou nesta terça-feira as acusações do ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Odemiro Baloi, que a acusou de estar a mobilizar os refugiados naquele país para não regressarem a Moçambique
Em declarações à VOA a partir do Malawi, Monique Ekolo defendeu junto das autoridades moçambicanas que que o regresso deve acontecer quando houver condições para os refugiados viverem nas suas aldeias e vilas.
“O regresso dos refugiados a Moçambique é um processo livre, mas eles nos disseram que fogem aos conflitos, as suas casas foram queimadas e têm muito temor de regressar às suas vilas, e dissemos ao ministro dos Negócios Estrangeiros que eles devem regressar quando a situação for propícia”, explicou.
Ekolo reiterou não ter defendido que os refugiados fiquem indefinidamente no Malawi, mas que devem regressar quando houver condições em Moçambique.
"Quando não houver raptos, quando as forças deixarem de lutar, quando não houver insegurança, quando as pessoas deixarem de ser assassinadas, quando, em resumo, houver condições para as pessoas viverem", a Acnur defende o seu regresso porque "casa é casa".
A representante do Acnur no Malawi confirmou a existência de mais de seis mil refugiados moçambicanos e não apenas 5.600 como referiu o Governo de Maputo.
“Infelizmente temos cerca de seis mil deles em lugares congestionados, temos de esperar por mais terra, por mais espaço, o que não está a acontecer, há pressões sobre o Governo do Malawi para não fazer, mas esse não é nosso problema”, lamentou aquela responsável.
Monique Ekolo reitera, no entanto, que o Malawi fez o seu papel ao atribuir o asilo aos refugiados moçambicanos, num acto de amizade, e vai garantindo a sua subsistência com a ajuda da comunidade internacional.