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Alemanha: Scholz lamenta derrota eleitoral "amarga"


Cartaz de campanha eleitoral do chanceler alemão Olaf Scholz, o principal candidato do Partido Social Democrata (SPD).
Cartaz de campanha eleitoral do chanceler alemão Olaf Scholz, o principal candidato do Partido Social Democrata (SPD).

Sondagem à boca das urnas dá vitória a Friedrich Merz

O chanceler alemão Olaf Scholz lamentou a derrota "amarga", depois de o seu partido de centro-esquerda, os sociais-democratas, ter sofrido uma pesada derrota nas eleições nacionais de domingo, segundo as sondagens à boca das urnas.

"O resultado das eleições é mau e eu assumo a responsabilidade", disse Scholz aos membros do SPD, ao mesmo tempo que felicitava o líder da oposição conservadora, Friedrich Merz, cujo partido ficou em primeiro lugar.

Sondagem à boca das urnas dá vitória a Merz

As sondagens à boca das urnas nas eleições nacionais alemãs de domingo, 23, mostram os conservadores do líder da oposição Friedrich Merz a frente, com a Alternativa para a Alemanha a caminhar para o melhor desempenho de um partido de extrema-direita desde a Segunda Guerra Mundial.

Cartaz de campanha eleitoral de Friedrich Merz, líder do partido conservador União Democrata-Cristã (CDU) em Frankfurt.
Cartaz de campanha eleitoral de Friedrich Merz, líder do partido conservador União Democrata-Cristã (CDU) em Frankfurt.

As sondagens à boca das urnas das televisões públicas ARD e ZDF mostram que os sociais-democratas de centro-esquerda do chanceler Olaf Scholz estão a caminho do pior resultado do pós-guerra numa eleição parlamentar nacional, devendo ficar em terceiro lugar.

As sondagens, divulgadas logo após o fecho das últimas mesas de voto, mostraram que o apoio ao bloco União de Merz estava entre os 28,5% e os 29%, e à Alternativa para a Alemanha, ou AfD, entre os 19,5% e os 20% — quase o dobro do resultado de 2021.

Estimaram o apoio aos sociais-democratas de Scholz em 16-16,5%, muito abaixo do que na última eleição. Os ambientalistas Verdes, os seus restantes parceiros no governo cessante após o colapso da coligação de três partidos de Scholz em novembro, estavam com 13,5%.

Cartazes eleitorais que mostram o chanceler alemão Olaf Scholz, à direita, e o principal candidato da CDU a chanceler Friedrich Merz em Frankfurt, Alemanha, 8 de fevereiro de 2025.
Cartazes eleitorais que mostram o chanceler alemão Olaf Scholz, à direita, e o principal candidato da CDU a chanceler Friedrich Merz em Frankfurt, Alemanha, 8 de fevereiro de 2025.

Dos três partidos mais pequenos, um — o Partido de Esquerda de extrema-esquerda — parecia certo de conquistar lugares no parlamento com 8,5-9% dos votos. Dois outros partidos, os Democratas Livres, pró-empresariais, e a Aliança Sahra Wagenknecht, estavam perto do limite de 5% de apoio necessário para ganhar lugares.

Se Merz precisará de um ou dois parceiros para formar um governo de coligação dependerá de quantos partidos chegarem ao parlamento.

"Uma coisa é clara: a União ganhou as eleições", disse Carsten Linnemann, secretário-geral do partido União Democrata Cristã de Merz. "O novo chanceler chamar-se-á Friedrich Merz."

"Tornámo-nos a segunda força mais forte", disse a candidata do AfD a chanceler, Alice Weidel.

Eleitor vota em Berlim, Alemanha, domingo, 23 de fevereiro de 2025
Eleitor vota em Berlim, Alemanha, domingo, 23 de fevereiro de 2025

As sondagens à boca de urna alemãs são complementadas com sondagens pré-eleitorais para representar as pessoas que votam através de um boletim de voto ausente.

A eleição foi dominada pelas preocupações com a estagnação de anos da maior economia da Europa e pela pressão para conter a migração. Aconteceu num contexto de crescente incerteza sobre o futuro da Ucrânia e da aliança da Europa com os Estados Unidos.

A Alemanha é o país mais populoso dos 27 países da União Europeia e um dos principais membros da NATO. É o segundo maior fornecedor de armas para a Ucrânia, a seguir aos EUA. Será essencial para moldar a resposta do continente aos desafios dos próximos anos, incluindo a política externa e comercial de confronto da administração Trump.

Esta eleição ocorreu sete meses antes do originalmente planeado, depois de a coligação do chanceler de centro-esquerda Olaf Scholz ter entrado em colapso em novembro, três anos após um mandato cada vez mais marcado por disputas internas. Houve descontentamento generalizado e pouco entusiasmo por qualquer dos candidatos.

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