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Família de jovem assassinado por soldados angolanos continua à espera de indemnização


Pai de Rufino Fernando António, jovem de 14 anos que foi morto a tiro durante demolições no Zango, Luanda.
Pai de Rufino Fernando António, jovem de 14 anos que foi morto a tiro durante demolições no Zango, Luanda.

Rufino António foi baleado quando tentava defender a casa dos seus pais de demolição. Advogado diz que governo é responsável pelo pagamento ordenado ha seis anos por um tribunal

Seis anos depois do brutal assassinato de Rufino António de 14 anos de idade por elementos das forças armadas angolanas, os seus familiares continuam se receber a indemnização que um tribunal ordenou lhes fosse paga.

Rufino António foi morto com tiros à queima roupa quando, em 2016, tentava proteger a casa dos seus pais de uma operação de demolição de casas no bairro Walale Zango em Luanda.

Os militares que o executaram foram condenados a diversas penas de prisão e ao pagamento de indemnização à família.

José Neves Alves Tadi foi condenado a 18 anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização à família de 1 milhão de kwanzas, outros três soldados participantes foram condenados a 1 ano de prisão e indemnização de cada um de 500 mil kwanzas à família de Rufino.

O tio da vítima Rui Katec disse que “até hoje nem água vai nem água vem”, acrescentando que , a família está "inquieta, agastada com esta situação que não entende porquê não pagam a indemnização".

O jurista e advogado Manuel Cangundo pensa que deve haver uma acção intentada, para a execução da decisão do Tribunal.

"A família deve recorrer ao Ministério Público novamente, instá-lo desta situação de não execução de uma medida do tribunal”, disse.

O jurista acrescentou não ter dúvidas o pagamento da indemnização é responsabilidade do estado “porque os executores se encontravam ao serviço do estado e portanto na qualidade de executivo cabe a este indemnizar à família”.

“Caso não aconteça então deverá a família por via do seu advogado intentar uma acção executiva e com base nesta acção o estado é obrigado a cumprir já que nesta fase não há direito à recusa, impõe-se uma obrigação e a parte encarregue a indemnizar deve apenas cumprir", afirmou.

Em Agosto de 2016 altura em que Rufino António foi baleado mortalmente tinham sido demolidas mais de quinhentas casas, uma operação levada a cabo por militares do Posto de Comando Unificado.

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