Os militares sob comando de Simão Carlitos Wala, da Região Militar de Luanda das Forças Armadas Angolanas, estão a ser acusados de roubarem populares e de violações de mulheres.
Quem o diz é Rafael Morais coordenador da SOS-Habitat, organização que apoia desalojados.
Em reacção às denúncias da SOS-Habitat, o jurista José Francisco Lumango, afirma que só com queixa-crime contra os alegados violadores se pode pôr fim a estes alegados actos.
“Essa é a tramitação legal, até levar o caso ao tribunal, e também podem escrever para a Provedoria da Justiça”, disse.
As queixas chegam das comunidades do bairro Walale, Santa Paciência, Cajueiro, Cidade Pacífica, todas no Zango, arredores de Luanda.
No decurso das demolições, que se registam desde há mais de um mês, já se registaram duas vítimas mortais - Rufino António de 14 anos de idade foi atingido mortalmente pela polícia durante uma operação de demolição e um bebé de 14 meses.
A polícia de investigação criminal já ouviu Marcelo António, pai do malogrado, que explicou a VOA as circunstâncias em que decorreu o interrogatório.
“Perguntaram como morreu a criança e as testemunhas”, disse.
Recordamos que o Estado-Maior General das Forças Armadas, em comunicado, prometeu investigar o incidente
Nos últimos dias, o Secretário Provincial do MPLA, Higino Lopes Carneiro acusou um dirigente da Rádio Despertar (emissora ligada a UNITA) de estar por detrás dos incidentes.
A UNITA desmentiu e pediu que sejam responsabilizados os culpados.
No entanto, os populares, numa solicitação dirigida ao Presidente da República e Comandante em Chefe, José Eduardo dos Santos, pediram a exoneração do comandante Simão Carlitos Wala.
Até ao momento desconhece-se qualquer reacção por parte da Presidência da República. O Tenente-general Simão Carlitos Wala, faz parte da família presidencial por ser casado com uma sobrinha de José Eduardo dos Santos.