Pela segunda vez mais de 50 famílias angolanas viram as suas casas destruídas pelas autoridades.
Com efeito nas demolições na zona do Zango, arredores de Luanda no fim-de-semana as vítimas foram 52 famílias no Zango 3 que já tinham sido vítimas de demolições, em 2009, no antigo bairro Iraque Bagdad, no município de Belas.
As 52 famílias desalojadas do bairro Iraque-Bagdad em 2009 beneficiaram de lotes de terras, atribuídas pelo governo de Luanda, no âmbito do programa provincial de Habitação Social, para construção de suas próprias residências.
Há dois anos que estas famílias construíram as suas casas loteadas pelo governo de Luanda na zona do Zango 3.
Estes residentes foram surpreendidos no último fim-de-semana por tropas do Posto de Comando Unificado, a mando da Zona Económica Especial, sem qualquer aviso que derrubaram suas casas.
Um dos moradores disse à Voz da América que tinham recebido os lotes directamente do Governo provincial de Luanda com os documentos”.
“Mesmo assim partiram as nossas casas, vivemos num país onde só vale quem tem mais, nós não temos nada, a única coisa que nos defende é o documento passado pelo governo”, disse.
“São cinquenta e duas casas demolidas por militares armados de bala na câmara, esses militares são de um tal Ndongua que recebe ordens do comandante Wala, esses militares dão corrida até à polícia que vai ao terreno'', acrescentou.
A Associação SOS-Habitat que acompanha o caso já disse que vai solicitar uma audiência ao governador de Luanda e caso não sejam atendidos, uma manifestação pode ser o passo seguinte.
Recentemente um responsável da Administração Municipal de Viana disse que as demolições que a Zona Económica Especial está a efectuar nas zonas do Zango são legítimas