As demolições de casas no Zango, nos arredores da capital angolana, protagonizadas por militares da PCU liderados pelo general Wala prosseguem e várias casas alegadamente na Zona Económica Especial foram destruídas.
O especialista em questões fundiárias Bernardo de Castro considera que o Estado é o principal responsável pela situação.
Rafael Morais, coordenador da Associação SOS-Habitat, desdobra-se em contactos para frear o martelo demolidor, mas os militares continuam a destruir casas e há acusações de violações de mulheres.
''As demolições continuam ontem e hoje destruíram a casa de um dos coordenadores do bairro Walale no Zango, agora também há tentativas de violações de mulheres por parte dos militares'', denunciou Morais.
O activista e especialista em direitos fundiários da Rede Terra, Bernardo Castro, considera reprovável a entrada de tropas neste assunto.
''A intervenção de tropas neste processo é a todos os títulos incompreensível e ilegal, não há outra desculpa', afirma Castro, mestre em adaptação a alterações climáticas, que é de opinião que o actual cenário de demolições que se verifica em Luanda e noutras partes do país foram originadas pelo próprio Estado.
''Para as demolições em Luanda foram constituídas reservas fundiárias do Estado à margem de procedimentos jurídico-legais para a constituição de reservas fundiárias que impõe a participação da população, mas o Estado nunca fez isso por isso na gestão dos solos no país e o procedimento que se está adoptar hoje só está a acirrar ainda mais o problema'', explicaCastro.
Em declarações à VOA, Bernardo Castro garante que “o uso excessivo da força, o abuso de poder e da lei não resolvem o problema, a saída passa pelo dialogo”, porque “as pessoas estão a morrer e é preciso proteger o património das pessoas''.
Nesta sábado, 3 de Setembro, representantes de cinco comunidades vítimas de demolições no Zango e a Associação SOS-Habitat reúnem-separa abordar a situação.