O Brasil celebrou no domingo, 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra, data que relembra a luta pela liberdade e igualdade racial no Brasil.
A data foi escolhida como uma homenagem ao herói brasileiro Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, que faleceu no dia 20 de novembro de 1695. Palmares foi o principal representante da resistência negra à escravidão na época do Brasil Colonial.
O Dia da Consciência Negra é comemorado há mais de 30 anos por ativistas do movimento negro, mas só foi incluído no calendário escolar nacional em 2003. E apenas em 2011 se tornou feriado.
Atualmente mais de mil cidades brasileiras decretaram a data como feriado. Em São Paulo, a maior cidade brasileira, uma marcha reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista no domingo para comemorar a data.
O grupo pediu igualdade racial, combate ao racismo e o fim do extermínio de jovens negros nas periferias pela polícia militar.
Entre os manifestantes, estavam grupos feministas que integram a Marcha das Mulheres Negras. Além do fim do racismo, as mulheres pediram também o fim do machismo, da xenofobia e do preconceito contra lésbicas e bissexuais.
No Brasil, mais da metade da população é negra. No entanto, os negros são maiora entre os mais pobres. Três em cada quatro pessoas que estão na parcela dos 10% mais pobres do país são negras.
Apesar dos avanços no combate ao racismo e na criação de leis que punem os autores de injúrias raciais, o país ainda tem altos índices de crimes dessa natureza.
Em São Paulo, um levantamento do governo divulgado no jornal O Estado de S.Paulo, mostra que, em média, um crime de intolerância aconteceu a cada 69 minutos no último ano. Dos 7.587 crimes de ódio registrados pela polícia, quase metade eram casos de intolerância racial.
Para os manifestantes, a data não é de comemoração, mas de luta por igualdade, como afirma a arte educadora Lucia Makena.
Para a jovem estudante Gabriela Nevesh, essa causa tem que ser defendida não apenas pelos negros, como por todos os brasileiros.