As denúncias de intolerância religiosa no Brasil aumentaram quase 4000% em cinco anos. Entre 2011 e 2015, as acusações realizadas no disque 100, canal gratuito do governo voltado para a garantia dos direitos humanos, passaram de 15 para 556.
Até Junho deste ano, os Estados que mais registraram esse tipo de violência foram Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. As religiões de matriz africana candomblé e umbanda foram as que mais sofreram preconceito no país.
A Secretária Especial de Direitos Humanos do Governo Federal, Flávia Piovesan, afirma que isso ainda reflete os preconceitos raciais e sociais existentes no país.
“Como marco da intolerância religiosa merece especial atenção e condenação o sofrimento das religiões de matriz africana. Nós temos que lutar pela laicidade do estado, temos que assegurar a igualdade entre as mais diversas religiões e temos que combater a intolerância”, disse em entrevista ao programa radiofônico “A Voz do Brasil”.
O assunto novamente ganhou destaque no fim de semana. Milhões de estudantes que fizeram a prova de redação do Enem tiveram que dissertar sobre a intolerância religiosa no Brasil.
Uma das candidatas ao Exame Nacional do Ensino Médio, a estudante Isadora Matos, não esperava esse tema na redação, mas acha importante essa discussão. “Eu não esperava, mas foi um tema que é muito presente ainda hoje em dia. Então, achei que foi um tema muito válido, muito bom”, avaliou.
Outra estudante, Luiza Carneiro, disse que o assunto é muito atual. “Acho que a religião entrou, entrou bem e é um bom momento para a gente refletir sobre isso”.