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Lava Jato: Polícia Federal cumpre dois mandados de prisão em fase que tem operadores financeiros na mira


Sede da Polícia Federal em São Paulo. Brasil
Sede da Polícia Federal em São Paulo. Brasil

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta Quinta-feira, 10, dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em uma nova fase da operação Lava Jato que tem como alvo operadores financeiros do esquema de corrupção na Petrobras, informaram a PF e o Ministério Público Federal (MPF).

Segundo comunicado do MPF, os dois alvos de mandados de prisão são o empresário Adir Assad, que já está preso pela Lava Jato e foi condenado a 9 anos e 10 meses de prisão numa acção penal ligada à operação, e o advogado Rodrigo Tacla Duran.

"São apuradas as práticas, dentre outros crimes, de corrupção, manutenção não declarada de valores no exterior e lavagem de dinheiro", disse a PF em nota.

A nova fase foi denominada "operação Dragão", em referência ao nome dado por um dos investigados aos negócios fechados para disponibilizar recursos ilegais no Brasil oriundos de pagamentos no exterior, disse a PF, acrescentando que cerca de 90 policiais estão nas ruas cumprindo os mandados.

Segundo o Ministério Público, empreiteiras investigadas na Lava Jato repassaram cerca de 34,6 milhões de reais para empresas controladas por Duran para o pagamento de propinas. Outras empresas que também firmam contratos com o setor público também depositaram, segundo o MPF, 18 milhões de reais em contas controladas pelo advogado no exterior.

Assad, segundo comunicado do Ministério Público, repassou 27,2 milhões de reais para Duran e pessoas ligadas ao advogado por meio de transferências de contas mantidas por suas empresas em território nacional.

"As provas coletadas em fases anteriores da Operação Lava Jato, somadas à análise das informações obtidas por intermédio de afastamentos de sigilo bancário, fiscal e telemático, permitiram identificar que os referidos operadores financeiros participaram ativa e continuamente do grande esquema criminoso de corrupção investigado pela força-tarefa", disse o MPF.

"Também foram colhidos depoimentos e provas por meio de acordos de colaboração, em que executivos confirmaram a natureza dos repasses financeiros aos envolvidos com o objetivo de praticar a lavagem dos capitais."

Procurado, o advogado de Assad não foi encontrado para comentar a operação, assim como o escritório de advocacia de Duran.

Integrantes da Polícia Federal e do Ministério Público Federal darão mais detalhes da operação em entrevista coletiva nesta manhã em Curitiba.

Reuters Brasil
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