O ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chikoti, confirmou, em Bissau que a missão angolana de apoio à reforma militar (Missang) vai sair da Guiné-Bissau, em resposta às solicitações de "alguns sectores" guineenses.
Em declarações aos jornalistas à saída de uma reunião com o governo guineense e após uma audiência com o presidente interino da Guiné-Bissau, o responsável pela diplomacia angolana confirmou a retirada da Missang, sem adiantar a data da partida, num momento de grande crispação política no país em vésperas das eleições, marcadas para o dia 22.
Enquanto paira a polémica questão da permanência ou não da Missão Angolana no país, ainda continua a saga eleitoral, isto depois do Supremo Tribunal de Justiça ter dado como improcedente a reclamação dos cinco candidatos que contestam os resultados da primeira volta do escrutínio presidencial antecipado do passado dia 18 de Marco. Exigem, alias, a nulidade do processo, alegando a fraude generalizada. Uma alegacão reprovada, primeiro pela Plenária da Comissão Nacional de Eleições e depois, e mais recente, pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Assim, perante a decisão judicial, se bem que representa o último recurso, a não ser político, a Voz de América falou com o politólogo guineense, Rui Landim, a quem comecei por perguntar se politicamente seria desejável uma segunda volta com um único candidato, neste caso, o do PAIGC, Carlos Gomes Júnior.Para este analista politico, o atual impasse eleitoral é mais um, entre vários que marcaram o percurso histórico das eleições na Guiné-Bissau.
O debate sobre a presença da Missão Angolana de Apoio ao Processo de Reforma nos Sectores da Defesa e Segurança ganha outros contornos, envolvendo o Governo e as suas próprias Forcas Armadas, que ontem puseram em cima da mesa as condições para a manutenção da Missão na Guiné-Bissau. Facto que trouxe a Bissau o Ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chicote, que esteve reunido com os membros do Governo guineense, onde analisaram vários aspetos de cooperação entre Bissau e Luanda. E a componente militar, sem dúvidas, dominou o encontro, tendo o Chicote reafirmado que a MISSANG vai deixar a Guiné-Bissau, mas sem especificar a data.
O actual impasse eleitoral é mais um, entre vários que marcaram o percurso histórico das eleições na Guiné-Bissau