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Estados Unidos sugerem mudança de táctica contra Boko Haram


Imam Abubakar Shekau, lider morto do Boko-Haram.
Imam Abubakar Shekau, lider morto do Boko-Haram.

A administração Obama disse que militantes islâmicos no norte da Nigéria estão a capitalizar o descontentamento popular para com o governo e que funcionários precisam de solucionar problemas económicos se quiserem parar a violência.

A administração Obama disse que militantes islâmicos no norte da Nigéria estão a capitalizar o descontentamento popular para com o governo e que funcionários precisam de solucionar problemas económicos se quiserem parar a violência.

O secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos, Johnnie Carson, disse que a ameaça do Boko Haram cresce enquanto declinam os padrões de vida na Nigéria.

Num país onde quase 100 milhões de pessoas vivem com menos de um dólar por dia, Carson afirmou que esse desespero é essencialmente sentido nos estados do norte onde os muçulmanos constituem a maioria e o grupo está mais activo:

“Os nigerianos têm fome pelo progresso e melhoria das suas vidas, mas os nigerianos do norte sentem essa necessidade de uma forma mais aguda. A vida na Nigéria pode ser dura para muitos, mas a vida no norte do país é terrível para quase todos.”

As Nações Unidas revelaram que a pobreza na maioria dos 12 estados do norte da Nigéria é quase o dobro da que se verifica no resto do país. As crianças do norte são mais atreitas a serem malnutridas e analfabetas.

Johnnie Carson afirmou a propósito, e passamos a citar, que “sondagens de opinião pública e reportagens noticiosas sugerem haver um forte sentimento através do país – mas especialmente no norte – de que o governo nigeriano não está do lado do povo e que a sua pobreza é resultado da negligência, corrupção e abusos do governo”.

E nesse sentido, prosseguiu Johnnie Carson, “embora o Boko Haram seja mal visto através da Nigéria e não ofereça quaisquer soluções práticas para os problemas do país, contudo, uma minoria crescente de certos grupos étnicos do norte olha para ele de uma forma favorável. O Boko Haram capitaliza as frustrações populares para com os dirigentes da nação.”

O Boko Haram afirma estar a lutar por uma nação separada sobre a lei Sharia e não reconhece nem a Constituição da Nigéria nem a eleição no ano passado do presidente Goodluck Jonathan.

O grupo Human Rights Watch disse que o Boko Haram matou mais de mil pessoas desde que reemergiu após a morte do seu líder, sob custódia policial, em 2009. Johnnie Carson disse que agora é muito mais difícil enfrentar o Boko Haram porque deixou de ser um grupo controlado por um único líder carismático.

O secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos disse que o governo do presidente Jonathan precisa de fazer um novo pacto social com os nigerianos do norte, organizações não-governamentais locais, sociedade civil e líderes religiosos e que Abuja necessita de uma estratégia de recuperação económica que complemente a sua estratégia de segurança.

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