Enquanto o exercito queniano avança na Somália em perseguição dos militantes da al-Shabab, aumenta a especulação sobre quais as forças estrangeiras que podem estar a apoiar a operação. Nenhum país admitiu o envolvimento, mas os analistas consideram que está a ser prestado apoio.
Noticias na media local e internacional sugerem a participação de tropas estrangeiras nas operações quenianas na Somália.
O porta-voz militar queniano foi citado como tendo afirmado existirem outros actores no teatro, e uma declaração do exército refere que unidades da marinha francesa participaram no bombardeamento do reduto estratégico da al-Shabab de Kismayo.
O Quénia distanciou-se da declaração, após a embaixada francesa ter emitido uma declaração refutando as alegações e solicitando aos jornais locais para corrigirem as notícias.
Outras fontes especulam que os Estados Unidos estão a fornecer apoio aos militares quenianos.
Numa recente entrevista à Voz da América, o secretário de Estado adjunto para os Assuntos Africanos, Johnnie Carson desmentiu qualquer envolvimento.
“Não fornecemos qualquer assistência ao Quénia. Não tínhamos conhecimento da decisão de atravessar a fronteira; foi uma decisão deles, e não fomos consultados para tal”.
Os Estados Unidos tem mantido relacionamento próximo com o sector militar do Quénia e tem fornecido, no passado, apoio logístico e treino às forças armadas.
O antigo major do exército queniano Imaana Laibuta considera não existir razão para que não seja o que se passa agora.
Laibuta sublinha ter informação de que o Quénia tem cerca de seis mil homens envolvidos na operação e que seria necessário o triplo para ter sucesso.
Faz sentido que o Quénia procure aliados nesta luta. Laibuta reconhece que os parceiros estrangeiros tenham que ficar silenciosos ou arriscarem-se a enfurecer os Somalis que se opõem a qualquer intervenção de tropas ocidentais.
“Em qualquer caso não esperamos que a América ou nações ocidentais apoiem abertamente o Quénia, por que são detestados naquela região, por isso qualquer participação directa será totalmente contra producente.”
Os exércitos estrangeiros na Somália têm enfrentado enorme hostilidade nos últimos anos: nomeadamente os Estados Unidos no inicio da década de 90 e a Etiópia em 2006.
O exército etíope tentou derrotar a União dos Tribunais Islâmicos – um grupo que rivalizou com o nascente Governo Federal de Transição.
Mais do que nunca o Quénia necessita do apoio do Governo Federal de Transição somali para manter a segurança do país.
Embora todos os sinais indiquem que o Quénia possui aliados nesta luta, a maioria dos parceiros do Quénia preferem permanecer silenciosos.