Durante os oito meses de luta, Muammar Kadhafi permaneceu popular na maior parte da região Africana do Sahel, ao sul da Líbia.
A popularidade de Muammar Kadhafi no Sahel é proveniente dos investimentos de longa data em projectos públicos e privados, bem como da noção de era alguém que defendia África.
Durante a crise líbia, o Níger permitiu que, por razões humanitárias, várias colunas de viaturas de antigos elementos de Kadhafi tivessem atravessado o país, incluindo um dos seus filhos.
O Burkina Faso ofereceu mesmo asilo a Gadhafi, por curto espaço de tempo.
Na capital Burkinabe, o empresário Marius Navarro considera que a África está mais pobre sem Gadhafi.
Navarro sustenta que a morte de Kadhafi é uma grande perda para África, e que não tem duvida que o continente vai lamentar.
Navarro sublinha, por outro lado, que Kadhafi ajudou toda a África, e não apenas a Líbia. E por que a África não apoiou Kadhafi quando ele necessitava, acrescenta Navarro, a África virá a lamentar a sua perda.
Kadhafi foi um dos maiores contribuintes financeiros da União Africana.
O estudante burkinabe Assita Compaore interroga-se sobre o futuro da aliança sem ele.
Compaore indica que Kadhafi ajudou o desenvolvimento de muitas nações africanas e que os africanos devem lamentar a sua morte.
No Burkina Faso, por exemplo, ajudou a construir um hotel e clínicas de saúde, por isso Compaore considera a sua morte uma perda para o país e para África.
Os admiradores de Kadhafi recordam o apoio de Kadhafi, nos anos 70 ao Congresso Nacional Africano. Os seus detractores recordam o apoio prestado às revoluções violentas na Serra Leoa e na Libéria, nos anos 90.
O empresário burkinabe Adama Badame considera elevado os custos do auxílio de Gadhafi a Àfrica.
Badame recorda que Gadhafi vendeu armas que os Africanos utilizaram para se matarem uns aos outros. Manifesta agrado por o antigo líder líbio estar morto já que era um terrorista.
O dirigente religioso senegalês Khalifa Niasse, foi durante muito tempo conselheiro político de Kadhafi. Niasse, cuja família integra a Irmandade Islâmica Tijani senegalesa, sublinha que a morte de Gadhafi foi uma posição contra a agressão do exterior.
Niasse acredita que o novo governo líbio vai ter dificuldade em gerir por que o seu mandato não provem do povo líbio, mas dos opositores europeus de Kadhafi.
“Sarkozy, Cameron e mais tarde o Berlusconi, pediram-lhe para se demitir. Nada foi iniciado pelos Líbios. Tudo começou em Paris, Roma e Londres. Não existiu revolução popular na Líbia.”
O activista nigeriano dos Direitos Humanos Shehu Sani considera que apesar do apoio da NATO os vizinhos da Líbia são africanos e a segurança exige do novo governo em Tripoli irá depender grandemente da segurança das nações da região.