A Tunísia vai elaborar uma nova constituição e um governo transitório, na altura em que os resultados confirmavam para o partido islâmico Ennahdha o primeiro lugar dos sufrágios eleitorais.
Os tunisinos parecem satisfeitos com o sufrágio eleitora, ainda mesmo que alguns não concordem com os resultados.
Dois dias após terem depositado os seus votos num sufrágio pacífico, os tunisinos regressaram ao trabalho, ou pelo menos alguns deles. As esplanadas estavam cheias de pessoas, as ruas pejadas de trânsito.
O estudante universitário Hamid Jebrella afirma-se contente – mas não surpreendido - com os resultados eleitorais.
Jebrella refere ter votado no partido islâmico Ennahdha, que obteve a maioria dos votos, e afirma-se contente com o facto de o Islão fazer parte da política tunisina. Jebrella considera que a Turquia constitui um bom exemplo para o seu país.
Uma mulher de meia-idade, que só disse o seu primeiro nome, Emla, que votou num partido de esquerda, considera-se mesmo assim satisfeita com os resultados.
Emla destaca que no essencial do sufrágio foi democrático e transparente, e que a participação do eleitorado foi elevada, acrescentando que a democracia reside na aceitação dos resultados.
Os observadores internacionais elogiaram o sufrágio para a nova Assembleia Constituinte. E tal como a Tunísia inspirou os levantamentos árabes, alguns acreditam que o primeiro sufrágio democrático pode constituir modelo.
A nova assembleia terá de elaborar a nova constituição tunisina.
Eric Goldstein, um sub director da Human Rights Watch, considera que isso, por si só, será um grande desafio.
“Escrever uma constituição é uma enorme tarefa, porque vai ser a base da legislação que será revista e a forma como a população se relaciona com o governo.”
A assembleia tem de designar um governo interino para conduzir os assuntos do dia. E, terá de lidar com os muitos problemas que alimentaram a revolução tunisina em Janeiro passado – incluindo uma economia destroçada e um elevado índice de desemprego.