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Zimbabué: Demolições destruíram a educação


Estudantes zimbabueanos à caminho da escola
Estudantes zimbabueanos à caminho da escola

Amnistia Internacional indica que cerca de 2 milhões de crianças e jovens perderam o acesso à escola

A Amnistia Internacional indicou que centenas de milhares de crianças foram privadas da educação no Zimbabué, por causa das políticas do governo da ZANU-PF que em 2005 destruiu os negócios e fontes de rendimentos dos seus parentes.

A correspondente da VOA, Peta Thornyccroft que cita a Amnistia Internacional, diz que todos os ganhos feitos pelos zimbabueanos em matéria da educação foram perdidos por causa da campanha “limpeza de lixos” do presidente Robert Mugabe, conhecida “Murambatsvina” na língua maioritária a Shona.

Cerca de 2 milhões de zimbabueanos que residiam nos centros urbanos ficaram chocados e traumatizados em Maio de 2005 quando a polícia iniciou nas cidades de Harare e de Bulawayo a destruição de pequenas casas de negócios.

Na altura o presidente Mugabe tinha dito que a campanha destinava-se a limpar as cidades, que segundo ele estavam superlotadas de residencias e construções ilegais.

A maioria de artesões que operavam por conta própria nos arredores de Harare por exmplo, foram forçados a fechar as suas oficinas. A campanha viria a afectar igualmente os comerciantes legais.

A Amnistia Internacional publica hoje um relatório sobre as suas pesquisas nas zonas suburbanas. O estudo tinha por finalidade compreender como as populações foram afectadas pela medida.

O documento indica que uma larga maioria de pessoas na zona de Hatcliffe um subúrbio de Harare, não muito longe da residência privada do palácio presidencial, os chamados pequenos negócios foram simplesmente encerrados.

A Amnistia avança ainda que na mesma área, uma escola construída por uma agência humanitária e registada no ministério da educação foi encerrada. Várias outras escolas noutros bairros acabaram por conhecer a mesma sorte.

As Nações Unidas estimam que cerca de 2 milhões de pessoas foram afectadas pela campanha “Murambatsvina”.

Muitas crianças cujos pais perderam casas e negócios foram forçadas a procurar refúgios nas áreas rurais onde não eram bem acolhidas, e os pais não tinham dinheiro para lhes pagar os estudos.

A Amnistia Internacional reporta que analistas políticos consideram que a campanha “Murambatsvina” foi designada para desestabilizar a então oposição – Movimento para a Mudança Democrática – uma vez que a sua base de apoio era a população das zonas suburbanas. A mesma organização recomendou ao governo e as agências humanitárias para que resolvam o que chamou de “violações sistemáticas” do direito da educação de crianças e jovens, vítimas da campanha “Murambatsvina”.

O ministro da educação David Coltart já respondeu ao apelo afirmando dispor de menos de 2 dólares por mês para gastar na educação de cada estudante, já que a maior parte do orçamento destina-se aos salários dos professores.

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