Na província do Namibe no Sul de Angola, o roubo de botijas de gás tornou-se num acto banal mas que está a resultar num mal estar social.
Os residentes dos bairros periféricos da cidade do Namibe são os mais visados e dizem estar preocupados com a praga de roubo de botijas de gás, por jovens que fazem do furto a única maneira para viver. No bairro Saco-mar os roubos das cobiçadas botijas de gás butano são feitos durante o dia.
As vítimas afirmam que os meliantes estão a recorrer ao feitiço para roubar as botijas de gás. Uma senhora contou a Voz da América que na semana passada, no seu bairro Saco-mar, a sua vizinha depois do almoço, foi lavar a louça e de regresso, a botija de gás butano tinha sido roubada. A coitada dormiu sem comer porque já não tinha dinheiro para comprar o carvão e cozinhar o jantar, segundo Maria Njepele, vendedora de ginguba no mercado 5 de Abril.
Alguns jovens dos bairros da cidade do Namibe contestam esta prática que tem tirado sono há muito boa gente. Muitos acusam a falta de emprego. Sem dinheiro para comprar as roupas na moda e de marca, eles acabam por roubar botijas que vendem a preços reduzidos no mercado informal.
Uma botija de gás que normalmente custa por 17 mil Kwanzas, é vendida a 10 mil.
No Bairro 5 de Abril por exemplo, suspeitos ladrões de botija de gás utilizam inclusive água para amolecer as paredes construídas de adobes e facilitar a penetração para o roubo. Contudo a população desconfia que os meliantes nas suas acções, têm utilizado o famoso feitiço ou magia negra.
E para combater o roubo, alguns residentes preferem levar a as botijas ao quarto enquanto dormem, mas ainda assim os amigos do alheio farejam e encontraram o produto cobiçado.
Ouça a reportagem de Armando Chicoca que conta as peripécias dos donos de botijas de gás roubadas no Namibe.