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Angola quer melhorar as telecomunicações mas restringe uso da internet


Angola quer melhorar as telecomunicações mas restringe uso da internet
Angola quer melhorar as telecomunicações mas restringe uso da internet

Políticos e técnicos debatem por ocaião do dia das telecomunicações novas políticas para o sector

As autoridades angolanas assinalaram o dia das telecomunicações com um fórum de reflexão sobre as tecnologias que decorre no Centro de Convenções de Talatona.

Chamam ANGOTIC ao evento. O encontro reúne políticos e especialistas do sector. O propósito é segundo as entidades ministeriais, proceder a reflexão e colher contribuições tendo em vista a concepção de políticas de desenvolvimento deste importante segmento da economia de mercado.

Angola quer ser dos melhores no continente africano. O governo aposta no investimento. Só na revisão orçamental do ano passado, ao ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação coube perto de 300 milhões de dólares americanos para aplicar em despesas de capital.

No plano regulamentar, o executivo pretende impor restrições no uso da internet. O ministério respondeu às contestações da sociedade civil, reformulando o Artigo 17 do projecto de lei que passou a ter uma redacção que isenta de sanções os jornalistas que utilizem material captado nas suas reportagens.

O referido artigo passou a ter um outro ponto, assim redigido: “O disposto no nº1, não constitui qualquer impedimento nem agravo ao exercício legal da actividade de imprensa, especialmente, por parte de empresas jornalísticas que têm por objecto a recolha, tratamento e difusão de notícias, comentários ou imagens através da internet ou outros meios electrónicos, nos termos definidos por lei”.

De recordar que no citado número 1, o projecto de lei proíbe a oferta, transmissão, disponibilização ou difusão de gravações, filmes e fotografias de pessoas, sem o seu consentimento, mesmo que licitamente produzidos, punindo com pena que vai de 3 dias a 8 anos de prisão.

Quando perguntado se com as alterações ora introduzidas, a polémica lei estava agora pronta para ser aprovada, o jurista Beja Satula disse que no geral, quase tudo se mantinha na mesma. Ou seja, o projecto de lei continua a não estar pronto, porque contém as mesmas normas que colidem com a Constituição vigente e a atribuir poderes a órgãos de segurança, que podem interferir na vida privada dos cidadãos, mesmo sem autorização judicial.

Ainda não existe uma data fixada para a aprovação na especialidade pela Assembleia Nacional, última etapa, antes de seguir para a promulgação pelo presidente da República. O projecto tinha sido aprovado na generalidade, em Março passado.

Estes outros desenvolvimentos em torno desta regulamentação continuam a ser seguidos com expectativa, sobretudo por parte dos utilizadores dos espaços sociais.

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