As relações entre o Malawi e Moçambique parecem estar a deteriorar-se ainda mais.De facto, o governo moçambicano acusou comunidades malauianas de estarem envolvidas na demarcação de terras em regiões fronteiriças o que fez com que algumas famílias erguessem casas do lado moçambicano.
Equipas técnicas de Moçambique e do Malawi analisam entretanto em Quelimane, capital da província da Zambézia, no centro do país, os desenvolvimentos do processo de reafirmação da fronteira comum.
O encontro bilateral que decorre desde a última segunda-feira ocorre no meio de acusações mútuas sobre usurpação de terras que, supostamente pertencem a cada lado da fronteira.
Trata-se de uma acusação que lança mais uma polémica na relação entre os dois países, que nos últimos anos tem sido caracterizado por alguns incidentes, que já atingiram níveis diplomáticos.
O director nacional de mar e fronteiras ,José Mucombo, falando à imprensa, acusou as comunidades malauianas de estarem envolvidas na demarcação de terras, numa área que ainda não foi abrangida pelo processo de reafirmação em curso, o que nalgumas zonas, levou a que algumas famílias abrissem campos agrícolas ou erguessem casas do lado moçambicano.
Face a este episódio que pode azedar ainda mais as relações entre os dois países, Mucombo disse haver uma decisão acordada entre as equipas técnicas dos dois países, segundo a qual, as famílias malauianas que estão fixadas em áreas do território moçambicano serão recenseadas e as zonas que actualmente ocupam, mapeadas por forma a reintroduzi-las no espaço territorial nacional, facto que depende agora de acordos formais ao mais alto nível dos dois estados.
O processo de remarcação fronteiriça iniciou há dois anos e segundo Mucombo, visa a reposição de marcos originais da linha divisória.
Até ao momento, foram implantados marcos em cerca de 200 quilómetros. A fronteira comum entre Moçambique e o Malawi é composta por 1400 quilómetros, dos quais 888 são de terra firme, 322 de divisória lacustre e 190 de fronteira fluvial.
Ouça a reportagem do William Mapote.
Encontro bilateral ocorre no meio de acusações mútuas sobre usurpação de terras.