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Angola sem condições para contrapor "alta taxa de pobreza" até 2030, indica estudo da Universidade Católica


Homem procura comida no lixo, Malanje
Homem procura comida no lixo, Malanje

Datado de 2019, o último inquérito do INE refere que a taxa de pobreza, monetária e multidimensional, anda em 42 por cento.

Angola não tem condições para um crescimento médio anual de 16 por cento, cifra que permitiria reduzir, até 2030, a elevada taxa de pobreza, indica um estudo do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica.

O documento, revelado numa altura em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) efetua um inquérito sobre receitas e despesas familiares, aponta para a necessidade de melhorias na distribuição do rendimento nacional.

Angola sem condições para contrapor "alta taxa de pobreza" até 2030, indica estudo da Universidade Católica
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Datado de 2019, o último inquérito do INE refere que a taxa de pobreza, monetária e multidimensional, anda em 42 por cento.

Agora, o diretor do CEIC, o economista e investigador Alves da Rocha, que aponta projeções para daqui a sete anos, poucos dias depois das previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), destaca que Angola não tem condições para crescer e proporcionar empregos.

“Num contexto de avaliação de impacto, e sobretudo porque a taxa de pobreza é elevada … admitindo uma alteração significativa do modelo de distribuição do rendimento, para que em 2030 tenhamos uma taxa de pobreza de 16 por cento, que é o cenário mais optimista, a economia terá de crescer a uma taxa média anual de 16%. Entendemos que não é possível obter este desempenho, ligado à taxa de pobreza está o desemprego”, resume aquele académico.

Neste trabalho, o CEIC procura analisar em que medida um investimento da Carrinho Empreendimentos, que celebrou 30 anos de existência, pode ter reflexos positivos na taxa de pobreza.

São oito mil milhões de dólares, orçamento para um plano estratégico, justamente para até 2030, que visa apoiar dois milhões de agricultores familiares e garantir um aumento de sete mil para mais de 20 mil colaboradores.

O seu presidente do Conselho de Administração, Nelson Carrinho, reforçou a aposta no fomento à produção interna e criação de empregos, até porque está a caminho um novo complexo industrial, na província do Bengo.

“O nosso processo de fomento, na verdade, foi conveniente, iniciou com uma estratégia própria , um processo de integração invertida. Quando construímos o complexo industrial actual, já tínhamos em carteira essa intenção de passar adquirir a matéria-prima nacional”, indica o empresário.

Quanto a políticas públicas para o combate à pobreza, o economista e agente comunitário Abílio Sanjaia refere que a exclusão dos beneficiários na hora de elaboração e a falta de autonomia das Administrações Municipais atrapalham os programas.

“No fundo, estamos a falar da desconcentração, as tarefas são definidas pelo Governo central, mas são as Administrações Municipais que devem ter condições para resolver os problemas , devem ter autonomia”, afirma Sanjaia, acrescentando que “as comunidades devem ser ouvidas, só elas sabem as suas prioridades”.

O combate à pobreza é uma das metas do Governo angolano no quadro da sua agenda para 2050, com a qual se pretende, segundo o Presidente da República, um consenso alargado e transversal capaz de resistir ao teste do tempo e corresponder às justas expectativas dos angolanos.

Na última semana, o FMI avançou que a economia angolana deve crescer menos do que o previsto em 2023, ressaltando que a queda da produção do petróleo justifica esta previsão.

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