Dois anos após o despoletar a crise político-institucional na Guiné-Bissau, o grupo conhecido por P5, integrado pelas Nações Unidas, União Europeia, União Africana, CEDEAO e CPLP, voltou a pedir aos líderes do país que respeitem o Acordo Conacry
As reacções por parte dos guineenses não se fizeram esperar.
O jurista e político Silvestre Alves diz compreender a preocupação do P5, mas alerta que “quando se pede três meses de prorrogação das forças de ECOMIG, isso alimenta esperança, às pessoas, de que neste lapso de tempo, vai haver uma solução”.
Entretanto, Alves complementa que “quando não se chega a esta solução e quando se reforça a convicção de que a questão já era conhecida, apenas faltava a confirmação, isso vai deixar as pessoas mais desgastadas e impacientes e tudo isso vai criar um mal-estar”.
Vicente Fernandes, presidente do Partido da Convergência Democrática, um dos signatários do acordo de Conacry, defende uma posição enérgica da comunidade internacional para fazer o Presidente José Mário Vaz cumprir o acordo:
“O P5 e a CEDEAO está a ser muito maleável e muito tolerante porque já levamos tempo mais que que suficiente para obrigar o Sr. Presidente da República a cumprir os compromissos assumidos a nível internacional. Tem sido sucessivo esse desgaste. Todas as vezes que os organismos internacionais vêm, alimentam o nosso ego e a nossa esperança de que é desta vez. Já la vão dois anos, o Sr. Presidente da Republica não se digna em respeitar”, conclui Fernandes.
Silvestre Alves diz que “o acordo de Conacry, numa certa dimensão, é incontornável, enquanto repositório de grandes entendimentos e de linha de solução dos grandes problemas do país”.