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Sociedade civil guineense em crise


Adiamento de congresso electivo abre discussão sobre o futuro

O congresso electivo do Movimento Nacional da Sociedade Civil, na Guiné-Bissau, não tem data marcada, depois de uma acção judicial interposta por um dos candidatos à liderança da organização que viu a sua lista excluída pela Comissão Organizadora.

Previsto para os finais do ano passado, o congresso foi adiado e deu caminho a um debate sobre o que tem sido o papel da sociedade civil guineense.

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Criado em 1999, o Movimento Nacional da Sociedade Civil, estrutura que, inicialmente, congregava 171 organizações, está reduzido na actualidade a menos de 50.

Muitos consideram que a sociedade civil está longe de exercer papel que deve desenvolver.

Tânia Pereira, activista cívica, considera, no entanto, que é a sociedade civil que tem vindo a dar respostas em muitas situações.

"Em grande parte é ela que tem estado a dar resposta aos problemas da população a nível da saúde, de suade e outros. Com o Estado numa situação complexa há mais de 20 ou 30 anos, é a sociedade civil que está a tentar dar esta resposta", defendeu Pereita.

Por seu lado, para o sindicalista Luís Nancassa, um dos membros fundadores do Movimento Nacional da Sociedade Civil, a organização deixou de desempenhar o seu papel.

"Hoje, não vale a pena chamá-la de sociedade civil porque não joga este papel. A nossa sociedade perdeu o norte. Ela está dividida", diz.

Tânia Pereira considera, pelo contrário, "que a sociedade civil que está a trabahar, através dos grupos de mulheres e dos jovens. São eles que estão a sentir directamente as dificuldades das populações e tentar, por vários, meios dar respostas a estas dificuldades".

Nancassa insiste em afirmar que o Movimento Nacional da Sociedade Civil guineense desviou-se dos objectivos que motivaram a sua criação.

Contudo, acredita que "se encontrarem a pessoa ideal, idónea e que tenha a coragem de se afirmar como um elemento da sociedade talvez conseguiremos ter uma sociedade civil à altura".

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