Morreram 61 refugiados africanos provenientes da Líbia quando o barco em que seguiam tentava atingir a costa italiana, depois de unidades militares europeus e da NATO ter ignorado o alarme lançado pelas vítimas no alto mar.
De acordo com uma reportagem publicada pelo jornal britânico “The Guardian”, uma embarcação levando a bordo 72 passageiros, incluindo várias mulheres, crianças e refugiados políticos teve problemas, pouco depois de ter deixado Tripoli. Rumava em direcção à ilha italiana de Lampedusa.
Apesar da guarda costeira italiana ter sido alertada para a situação de emergência e dos refugiados terem entrado em contacto tanto com um helicóptero militar italiano como com um navio de guerra da NATO - que se supõe ter sido de nacionalidade francesa - o facto é que não foi feita qualquer tentativa para os socorrer.
A embarcação em apuros foi abandonada à sua sorte, ficando à deriva durante 16 dias. De acordo com o “The Guardian”, sessenta e uma das 72 pessoas que seguiam a bordo morreram de fome ou de sede. Recorda-se que a lei marítima internacional obriga todos os navios, incluindo os militares, a responder a pedidos de socorro lançados por parte qualquer embarcação em dificuldades e a oferecer toda a ajuda possível a potenciais náufragos.
Defensores dos direitos dos refugiados exigiram a realização de um rigoroso inquérito, enquanto que o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados da ONU lançou um apelo para que haja uma maior cooperação entre embarcações civis e militares no Mar Mediterrâneo com o objectivo de salvar vidas humanas.
Os emigrantes em causa em 47 etíopes, sete nigerianos, sete eritreus, seis ganeses e cinco sudaneses.