No Afeganistão têm sido variadas as reacções à sondagem efectuada nos EUA, segundo a qual a maioria dos americanos já não apoia a guerra no Afeganistão.Em Islamabad,o sentimento antiamericano no está no auge, mas está a ser moderado pelo receio de que uma retirada das tropas estrangeiras volte a mergulhar o país numa guerra civil.
O aumento do desapontamento relativamente ao envolvimento militar americano no Afeganistão reflecte-se numa sondagem nacional feita após um período conturbado naquele país.
O assassinato de 17 civis afegão levado a cabo por um militar americano descontrolado e a inadvertida queima de livros do Alcorão numa base militar americana aumentou as tensões e minou a confiança entre as forças afegãs e os seus parceiros da coligação internacional. O incidente queima dos livros do Alcorão desencadeou uma semana de manifestações antiamericanas e de ataques contra as forças internacionais, tendo os talibãs suspenso as conversações de paz com os EUA, que estavam a decorrer em Qatar.
De acordo com o Departamento da Defesa americano, pelo menos 80 militares da NATO foram mortos por forças de segurança afegãs, desde Maio de 2007.
Por seu lado, muitos afegãos estão receosos de uma guerra e querem que os militares americanos envolvidos em crimes e má conduta sejam punidos.
Nas ruas de Cabul, pessoas como Ahmad Balal Zaland não querem que as forças internacionais saiam do Afeganistão prematuramente.Diz Zaland: “Não queremos que eles partam porque são pessoas que, realmente, estão a ajudar o povo afegão e são o principal apoio do Afeganistão”.
Sarwar Wazeri receia que, se as forças internacionais saírem agora isso irá levar a uma guerra civil , envolvendo as forças de segurança afegãs, os talibãs e outras facções étnicas e tribais.
Wazeri manifesta medo pela anarquia que a retirada das tropas internacionais poderá provocar. Mas, apesar da redução do apoio dos americanos à guerra, o presidente Barack Obama e a liderança militar americana reafirmaram o seu compromisso relativamente a uma retirada gradual, a partir em 2014.