O antigo representante da UNITA em Washington, Jardo Muekalia, recorda Savimbi como um homem que "amou Angola acima de tudo" e contribuiu para a "consciencialização política dos angolanos".
Actualmente professor de Relações Internacionais, Muekalia diz que o "Savimbi político fez um combate que visava o pluralismo e o respeito pela diversidade sócio-cultural de Angola", pesem, embora, as acusações de tribalismo de que era alvo.
Sustenta que "não se deve negligenciar que Savimbi inseriu angola na cena internacional" e descreve-o como "um diplomata fino" que ajudou a comunidade internacional a saber mais sobre Angola.
Sob o ponto de vista pessoal, e a propósito de se dizer que o líder histórico da UNITA era um homem que tanto podia ser brilhante como destrutivo, Muekalia afirmou que Savimbi "era sujeito às flutuações próprias da natureza humana". Nota que ele tinha contradições como todos os homens e "todos os grandes líderes", mas deixa claro que tem "memórias positivas do homem".
O também autor de "Angola: A Segunda Revolução", disse que Savimbi "era um militar que fez prevalecer várias vezes a disciplina militar, mas tinha o seu lado social", lembrando que "gostava muito de caçar e niso era muito bom atirador".
Recorda uma altura, em 1998, em que Savimbi lhe pediu que lhe enviasse o CD de Jimmy Cliff "Too Many Rivers to Cross" (Muitos Rios Para Cruzar), uma das suas músicas favoritas. Depois da morte de Savimbi, em 2002, Muekalia foi ouvir, de novo, aquela música, "cuja letra achei fascinante porque parecia reflectir o período que ele estava a passar".
Traduzida, a letra diz, a dado passo:
Muitos rios para cruzar
E é só a minha vontade que me mantém vivo
Fui sovado, derrotado durante anos
E apenas sobrevivo por causa do meu orgulho.